Sem grande apoio da oposição, Henri Falcón candidata-se contra Maduro

Num clima de tensão política, com crise social e protestos à mistura, o ex-chavista Henri Falcón vai concorrer contra o actual Presidente nas eleições antecipadas de Abril.

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Henri Falcón já foi governador do estado venezuelano de Lara entre 2008 e 2017 Reuters/MARCO BELLO

O ex-chavista Henri Falcón formalizou a sua candidatura à presidência da Venezuela nesta terça-feira, disputando assim as eleições antecipadas que acontecem a 22 de Abril (que é também dia de legislativas) com o actual Presidente, Nicolás Maduro. “O Governo prometeu um paraíso para milhões de venezuelanos, mas deu-lhes o Inferno”, argumentou Falcón. A oposição venezuelana – que não está propriamente satisfeita com a candidatura de Falcón – vê estas eleições como uma farsa para dar corpo à ditadura de Maduro.

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O ex-chavista Henri Falcón formalizou a sua candidatura à presidência da Venezuela nesta terça-feira, disputando assim as eleições antecipadas que acontecem a 22 de Abril (que é também dia de legislativas) com o actual Presidente, Nicolás Maduro. “O Governo prometeu um paraíso para milhões de venezuelanos, mas deu-lhes o Inferno”, argumentou Falcón. A oposição venezuelana – que não está propriamente satisfeita com a candidatura de Falcón – vê estas eleições como uma farsa para dar corpo à ditadura de Maduro.

Nem Henry Ramos Allup – dirigente da MUD (Mesa da Unidade Democrática) que admitiu concorrer à corrida presidencial e é visto por muitos como sendo da velha guarda – nem Falcón, que levanta suspeitas por ter pertencido ao “chavismo”, agradam particularmente ao movimento de que fazem parte, que se comprometeu a escolher um candidato único. Falcón também não deverá receber votos dos apoiantes do regime de Maduro, que o vêem como um traidor.

Parte da coligação Mesa da Unidade Democrática, composta por vários partidos anti-chavistas, pensa em boicotar as eleições, já que os dirigentes Leopoldo Lopez e Henrique Capriles estão impedidos de se candidatarem. “Eleições com estas condições não vão resolver nada”, disse a coligação em comunicado na terça-feira.

Além das presidenciais, também as eleições legislativas foram antecipadas para coincidirem umas com as outras – estas antecipações têm gerado controvérsia por se considerar que beneficiam o actual Presidente. O ministro dos Negócios Estrangeiros chileno, Heraldo Muñoz, disse que a antecipação “impede o desenrolar de eleições presidenciais democráticas, transparentes e credíveis”. Entretanto, Maduro pôs as Forças Armadas da Venezuela na rua para impedir protestos em torno das eleições.

Maduro apresentou formalmente a sua candidatura à presidência no Conselho Nacional de Eleições venezuelano na terça-feira, antes de seguir para um comício com os seus apoiantes. Falcón – que foi governador do estado venezuelano de Lara entre 2008 e 2017 – chama-lhe “candidato da fome”, mas Maduro assume-se como o “Presidente do povo”. A Venezuela tem sido assolada por uma vaga de manifestações anti-governo que já fez, desde Julho, mais de uma centena de mortos.