Ministro do Ambiente garante que “não vai faltar água nas torneiras dos portugueses”
João Matos Fernandes garante que não faltará água, mas diz que é preciso “adaptar usos” — o que implica alguns constrangimentos, sobretudo no sector agrícola.
O ministro do Ambiente de Portugal, João Matos Fernandes, disse nesta segunda-feira que não vai faltar água nas torneiras dos portugueses, graças às medidas em curso para combater os efeitos da seca, mas apelou para a poupança. “Estou absolutamente em condições de poder voltar a garantir que, tal como no ano 2017, em 2018 a água não vai faltar na torneira de nenhum dos portugueses”, referiu o governante, em declarações aos jornalistas, à margem da assinatura de um acordo de cooperação com o Governo de Moçambique, em Maputo.
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O ministro do Ambiente de Portugal, João Matos Fernandes, disse nesta segunda-feira que não vai faltar água nas torneiras dos portugueses, graças às medidas em curso para combater os efeitos da seca, mas apelou para a poupança. “Estou absolutamente em condições de poder voltar a garantir que, tal como no ano 2017, em 2018 a água não vai faltar na torneira de nenhum dos portugueses”, referiu o governante, em declarações aos jornalistas, à margem da assinatura de um acordo de cooperação com o Governo de Moçambique, em Maputo.
João Matos Fernandes disse ter “os recursos técnicos e financeiros necessários para mobilizar” de maneira a fazer aquela afirmação “sem qualquer dúvida”. O acordo, um dos dois a assinar esta segunda-feira, prevê o apoio de Portugal em medidas que ajudem Moçambique a enfrentar as alterações climáticas e o ministro do Ambiente português apontou que se trata de uma luta global.
“Portugal tem feito um combate muito grande à seca”, destacando, entre outras acções, investimentos em curso, em particular, no Sul do país. “Estamos a fazer um conjunto de investimentos vasto, que ultrapassa 60 milhões de euros, para fazer interligações entre albufeiras a partir do Alqueva”, referiu.
Estão também a ser desenvolvidos projectos para “aproveitar os efluentes tratados” para um “conjunto de usos secundários” nas 50 maiores estações de tratamento de águas residuais do país. João Matos Fernandes apontou ainda como exemplo o trabalho de limpeza do fundo das albufeiras para as libertar de um “volume morto” que não pode ser consumido, de maneira a que “toda a água possa ser virtualmente utilizada”.
“No próximo ano não vai faltar água na torneira a nenhum dos portugueses, o que não quer dizer que não tenhamos todos de adaptar usos”, acrescentou, antevendo constrangimentos no sector agrícola. “É inevitável que haja constrangimentos: temos uma prioridade de usos e a primeira prioridade é levar água à torneira de cada um dos portugueses”, referiu.
“Tudo aquilo que estamos a fazer dará frutos muitos seguros já para o ano de 2019, em que, de igual forma, não faltará certamente água a ninguém: teremos de fazer um esforço em todos os sectores para poupar água”.
O ministro do Ambiente aponta as alterações climáticas como uma evidência, dado que “as estações do ano já não são o que nos ensinaram na escola primária” e a água é um recurso com tendência para ser “menos abundante” — e, mesmo quando o seja, já não será de forma tão contínua.