Na noite de Diogo Piçarra, Miguel Ângelo voltou a ficar em último
A segunda semifinal decorreu este domingo no Estúdio 1 da RTP, em Lisboa, com direito a transmissão em directo. Capicua, João Afonso, Miguel Ângelo ou Aline Frazão ficaram de fora, as canções de Diogo Piçarra — que teve o voto máximo do júri e do público em casa —, Isaura, Paulo Flores e Tito Paris foram das sete que passaram à última etapa.
A segunda semifinal da edição de 2018 do Festival da Canção, que decorreu este domingo à noite em Lisboa, não teve, pelo menos até à hora da escrita deste texto, um erro como o que na semana passada apurou a canção de Mallu Magalhães em vez da de Jorge Palma. Mas, ainda assim, teve um falso arranque. Maria Inês Pais a cantar Bandeira azul, composição do seu tio Tito Paris com letra de Pierre Aderne, com problemas no som, e teve direito a repetir a canção no fim, com muito mais confiança e pujança, o que poderá ter ajudado a canção a tornar-se uma das sete escolhidas das 13 que foram a concurso para irem à final que se realizará na próxima semana no Multiusos de Guimarães.
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A segunda semifinal da edição de 2018 do Festival da Canção, que decorreu este domingo à noite em Lisboa, não teve, pelo menos até à hora da escrita deste texto, um erro como o que na semana passada apurou a canção de Mallu Magalhães em vez da de Jorge Palma. Mas, ainda assim, teve um falso arranque. Maria Inês Pais a cantar Bandeira azul, composição do seu tio Tito Paris com letra de Pierre Aderne, com problemas no som, e teve direito a repetir a canção no fim, com muito mais confiança e pujança, o que poderá ter ajudado a canção a tornar-se uma das sete escolhidas das 13 que foram a concurso para irem à final que se realizará na próxima semana no Multiusos de Guimarães.
Além dela, Canção do fim, de e por Diogo Piçarra, à guitarra eléctrica e com uma secção de cordas, que foi anunciada como uma crítica a uma sociedade egoísta e menciona “costas voltadas”, ganhou 12 pontos tanto no voto do júri quanto no voto do público em casa; O jardim, canção pop electrónica de Isaura, em jeito de despedida da falecida avó, por Cláudia Pascoal (com alguma ajuda da compositora), seguiu-se-lhe; enquanto também foram aprovadas a multilíngue Patati patata, de Paulo Flores, para as vozes de Minnie e Rhayra; O voo das cegonhas, de Armando Teixeira, para a voz de Lili; Amor veloz, de Francisco Rebelo, com letra de Márcio Silva e cantada por David Pessoa; e Sunset, de e pela voz do luso-canadiano Peter Serrano.
Todos os três temas com intérpretes masculinos passaram à final, já que, nesta cerimónia apresentada, como foi dito pelas próprias, por mulheres – Tânia Ribas de Oliveira e Sónia Araújo acabaram a emissão com um semi-coordenado dab com Inês Lopes Gonçalves, que falou em directo com os músicos que estavam nos bastidores –, houve 11 vozes femininas a participar.
De fora ficaram nomes como Capicua, que levou Tamin para cantar Sobre nós; Miguel Ângelo, que pegou em Nietzsche para pôr Dora Fidalgo, que tinha cantado com ele nos Delfins, a interpretar Arco-íris (assim cantou Zaratustra – o músico regressou ao festival depois do último lugar na edição de 1985, com A casa da praia, e não obteve qualquer ponto –; Aline Frazão, cuja Mensageira foi a concurso pela voz de Susana Travassos; João Afonso, que deu Anda daí a Rita Ruivo; Daniela Onís, que cantou a sua própria composição, P’ra lá do rio; e Bruno Cardoso, ou Xinobi, que levou Sequin para interpretar All over again, uma das duas canções em inglês apresentadas este ano.
Ao PÚBLICO, ao contrário do que aconteceu na semana passada, não foi permitido assistir ao espectáculo no estúdio. Houve mais artistas do que na semana passada a levarem vários músicos para o palco para fazerem playback instrumental, e houve problemas de afinação, muitos deles a parecerem mais do contexto do que da capacidade de alguns dos cantores.
Em termos de homenagens, prosseguiu o desfile de canções de Carlos Paião por João Pedro Coimbra e Nuno Figueiredo, desta feita a atacar Pó de arroz, Cinderela e Playback – a canção com que Paião venceu o festival em 1981. Pouco depois da actuação deles, Herman José atirou-se à A canção do beijinho, que o lendário músico escreveu para ele – ali ao lado estavam outros nomes que assinaram canções para o humorista: os jurados António Avelar de Pinho e Tozé Brito. Antes disso, houve também tempo para falar de quem se estreou no festival há 50 anos, sendo mencionados nomes como Carlos Mendes, José Cid – que ficou de fora do concurso na semifinal anterior –, Nicolau Breyner, Pedro Osório e Tonicha, para seguir para uma detalhada, séria e contextualizada homenagem ao compositor e músico José Luís Tinoco, que escreveu, por exemplo, Madrugada, a canção interpretada por Duarte Mendes, que venceu o festival em 1975.
As canções foram eleitas metade pelo público em casa, que votou pelo telefone, e metade pelo júri, presidido por Júlio Isidro – os trocadilhos com “Júlio” e “júri” continuam – e com os já mencionados Brito e Pinho, a radialista Ana Markl, as cantoras Sara Tavares, Ana Bacalhau e Luísa Sobral – que compôs a canção vencedora do ano passado –, o multifacetado rapper Carlão e o jornalista e crítico do PÚBLICO Mário Lopes.
Estas canções escolhidas disputarão na próxima semana a oportunidade de representar Portugal na final do Festival Eurovisão da Canção, que decorrerá a 12 de Maio na Altice Arena, em Lisboa. O vencedor terá de ser apurado na final do Festival da Canção.
O sorteio da ordem das canções da cerimónia de Guimarães decorreu imediatamente a seguir ao final do espectáculo e foi transmitido em directo na RTP Play. São elas: Sem medo, interpretada por Rui David; Canção do fim, por Diogo Piçarra; Sunset, por Peter Serrado; Zero a zero, por Joana Espadinha; O voo das cegonhas, por Lili; Para sorrir eu não preciso de nada, por Catarina Miranda; Anda estragar-me os planos, por Joana Barra Vaz; Amor veloz, por David Pessoa; Patati patata, por Minnie & Rhayra; (sem título), por Janeiro; Bandeira azul, por Maria Inês Paris; Para te dar abrigo, por Anabela; O jardim, por Cláudia Pascoal; e Só por ela, por Peu Madureira.
Nessa cerimónia, os homenageados serão Simone de Oliveira, por Nuno Feist, e as Doce, por Moullinex.