Ministro do Ambiente debate mina de urânio com homóloga espanhola
Ambientalistas portugueses e espanhóis estão neste momento a iniciar manifestação em Salamanca contra projecto de Retortillo
O ministro do Ambiente vai reunir-se com a sua homóloga espanhola na terceira semana de Março, durante o Fórum Mundial da Água, em Brasília, para falar do “cumprimento insuficiente" do acordo sobre questões de impacto ambiental.
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O ministro do Ambiente vai reunir-se com a sua homóloga espanhola na terceira semana de Março, durante o Fórum Mundial da Água, em Brasília, para falar do “cumprimento insuficiente" do acordo sobre questões de impacto ambiental.
O fórum arranca a 19 de Março e o ministro português participará no evento até ao dia 21. Será durante esse período que se encontrará com a ministra espanhola do Ambiente.
"Vai haver, de facto, oportunidade de, ao lado desse mesmo Fórum Mundial da Água, termos uma reunião sobre aquilo que é, em minha opinião, o cumprimento insuficiente por parte de Espanha, do acordo que existe entre os dois países em matéria de avaliação de impacto ambiental", afirmou João Pedro Matos Fernandes, que falava em Vila Real, à margem da inauguração da sede da empresa Águas do Norte.
Em cima da mesa estará o projecto da mina de urânio de Retortillo, em Espanha, a cerca de 40 quilómetros da fronteira portuguesa. Hoje mesmo, portugueses e espanhóis juntam-se numa manifestação em Salamanca contra um projecto que dizem que terá graves impactos ambientais e na saúde. Convocada pelo movimento "No a la Mina de Uranio", o protesto incluirá uma marcha de cerca de dois quilómetros e uma concentração no centro de Salamanca. "A sociedade civil e quem a representa, de forma organizada, tem o direito todo de se poder manifestar. Esperemos que dessa manifestação resulte uma opinião segura por parte da opinião pública para poder formular a sua própria decisão", referiu o ministro, quando questionado sobre a realização da manifestação.
O urânio que sai da mina é usado nas centrais nucleares, reprovadas pelos ambientalistas, ou para armas nucleares, e a sua recuperação é considerada um problema. A instalação da mina de urânio pela Berkeley naquela região de Salamanca já deu origem a perguntas e protestos, não só dos ambientalistas e autarcas, mas também dos partidos na Assembleia da República.
Na segunda-feira, uma delegação da comissão parlamentar do Ambiente, com representantes de todos os partidos, visitou o local onde estará a ser preparada a instalação da mina, e na quarta-feira este foi um dos temas que dominaram uma audição do ministro do Ambiente na Assembleia da República.