Estação Sul e Sueste entra em obras "em breve", diz Medina
É um projecto antigo da autarquia que quer recuperar a estação e transformá-la num “terminal de actividade marítimo-turística”. A obra já devia estar concluída, mas ainda não arrancou.
A previsão, quando em Setembro de 2016 foi assinado o protocolo para a reabilitação da Estação Sul e Sueste, era que a obra deveria estar concluída no final do ano passado. No entanto, a gare fluvial, projectada por Cottinelli Telmo e inaugurada em 1932, continua fechada, mas o presidente da câmara de Lisboa disse agora que o arranque da recuperação da estação será “em breve”.
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A previsão, quando em Setembro de 2016 foi assinado o protocolo para a reabilitação da Estação Sul e Sueste, era que a obra deveria estar concluída no final do ano passado. No entanto, a gare fluvial, projectada por Cottinelli Telmo e inaugurada em 1932, continua fechada, mas o presidente da câmara de Lisboa disse agora que o arranque da recuperação da estação será “em breve”.
Fernando Medina falava aos jornalistas no final da assinatura do protocolo da intervenção de requalificação da zona do Campo das Cebolas/Doca da Marinha que decorreu na manhã desta quarta-feira, com a presença da a ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, do secretário de Estado da Defesa, Marcos Perestrello, da presidente da Administração do Porto de Lisboa, Lídia Sequeira, e do chefe de Estado Maior da Armada, António Silva Ribeiro.
“Já contávamos que a obra tivesse arrancado, mas há um debate técnico que está a ser tido por causa das infra-estruturas do metro”, disse o autarca. O atraso, explicou Fernando Medina, deve-se a um aterro que foi feito por causa obras do metropolitano, quando a terra aluiu junto ao Terreiro do Paço, obrigando à interrupção da empreitada.
Segundo explicou o presidente da câmara, na altura, foram construídas “soluções de segurança e estão a ser avaliados com o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) os termos do projecto para que não haja qualquer problema”.
Este projecto é há muito ambicionado pela câmara de Lisboa, que quer converter a estação, classificada como monumento de interesse público desde 2012, num “terminal de actividade marítimo-turística”. Assim foi apresentado o projecto para o local, na altura da assinatura do protocolo que passou para o edifício, até ali da Comboios de Portugal (CP), para as mãos da autarquia.
Segundo avançou a Associação de Turismo de Lisboa nessa ocasião, estaria em causa um investimento de cerca de sete milhões de euros. Um valor que englobaria a intervenção no imóvel (de acordo com um projecto de Ana Costa, neta de Cottinelli Telmo), mas também a requalificação do espaço público envolvente.
A “peça que faltava" na requalificação da frente ribeirinha
A par da requalificação da estação, a intervenção na Doca da Marinha, disse Fernando Medina, era "a peça que faltava" na recuperação da frente ribeirinha até ao terminal de cruzeiros. Cumpre-se assim a parte que falta do projecto de Carrilho da Graça, o arquitecto responsável pela mudança do espaço público no Campo das Cebolas, onde as obras estão a terminar.
Trata-se de “devolver o rio à cidade”, notou o autarca. Como o PÚBLICO noticiou na terça-feira, a grande alteração é a demolição do muro que separa a doca da Avenida Infante D. Henrique, que vai ser reperfilada, dando lugar a um grande passeio arborizado, com ciclovia, desde o Terreiro do Paço até Santa Apolónia.
Outras construções serão demolidas, dando origem a uma zona "ampla, larga, aberta ao rio, onde poderá depois haver construções de natureza provisória", que, segundo explicou Medina, funcionarão como estruturas de apoio, de restauração, ou outros equipamentos, "até de natureza cultural", que a autarquia está a estudar e a avaliar.
“O nosso sonho depois é que possamos ter aquela Doca da Marinha como posto de acostagem regular, quer do Sagres, quer do Creoula, permitindo a visita das pessoas a estes dois navios emblemáticos que estão na Marinha Portuguesa”, disse Fernando Medina aos jornalistas.
Não há, para já, data para o arranque da obra. Questionado sobre o assunto, o autarca da capital sublinhou que esta é uma das obras em que terá “empenho” que esteja concluída ainda neste mandato.
Sem adiantar valores, o autarca reforçou que o investimento será suportado pelo município. Nos termos do protocolo, a câmara de Lisboa terá ainda o encargo de construir um novo edifício para a Marinha na doca de Santo Amaro, para onde serão transferidos os equipamentos que estão actualmente nas instalações da Doca da Marinha.
Uma vez cumprido este projecto, notou Fernando Medina, estará concluída a recuperação integral do Terreiro do Paço até ao novo terminal de cruzeiros. O autarca deixou ainda a intenção de, durante este mandato, ter também toda a zona de Santa Apolónia requalificada.