Obras da frente ribeirinha chegam à Doca da Marinha

Intervenção irá concluir parte do projecto de João Carrilho da Graça.

Fotogaleria

A Doca da Marinha é o próximo espaço da frente ribeirinha de Lisboa que vai ter obras. A câmara assina esta quarta-feira um protocolo com a Marinha e a Administração do Porto de Lisboa para requalificar aquela área, que se estende desde a Estação Sul e Sueste até ao novo terminal de cruzeiros.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A Doca da Marinha é o próximo espaço da frente ribeirinha de Lisboa que vai ter obras. A câmara assina esta quarta-feira um protocolo com a Marinha e a Administração do Porto de Lisboa para requalificar aquela área, que se estende desde a Estação Sul e Sueste até ao novo terminal de cruzeiros.

Trata-se, essencialmente, de cumprir a parte que faltava do projecto de João Carrilho da Graça, que foi o arquitecto responsável pela mudança do espaço público no Campo das Cebolas – cujas obras estão quase a acabar (já com atraso superior a um ano).

“A grande operação aqui realizada, além da reformulação do programa edificado, é a demolição do muro periférico que actualmente separa [a doca] da avenida, dando lugar a um grande passeio arborizado, que desde Santa Apolónia se estende ao Terreiro do Paço, sendo também suporte dos percursos de mobilidade suave”, lê-se na memória descritiva do projecto.

Na fotomontagem disponibilizada pela câmara ao PÚBLICO vê-se uma alameda pedonal repleta de árvores a ladear a zona viária da Avenida Infante Dom Henrique, que parece perder alguma largura. Surgem algumas construções novas, que estavam previstas no desenho de Carrilho da Graça. “Um equipamento cultural na extremidade da doca, junto à Estação Fluvial Sul e Sueste, funciona como espaço de apoio a eventos náuticos ou outros, contendo ainda um espaço de restauração associado a uma esplanada. Ao longo da doca dispõem-se um conjunto de pavilhões, de carácter mais efémero, que se destinam a albergar actividades comerciais ou de restauração”, diz a memória descritiva.

A fotomontagem revela igualmente que a linha de eléctrico, que vai permitir a ligação do Cais do Sodré a Santa Apolónia e que agora acaba abruptamente na Rua Cais de Santarém, vai entrar na Infante Dom Henrique já quase na extremidade da doca. E que essa mesma Rua Cais de Santarém vai ter passeios mais largos, desaparecendo os lugares de estacionamento quase por completo.

O protocolo entre as três entidades vai ser assinado ao mais alto nível, uma vez que vão estar presentes na cerimónia a ministra do Mar, o presidente da câmara, o secretário de Estado da Defesa, a presidente da Administração do Porto de Lisboa e o chefe de Estado Maior da Armada. Uma pompa que faz lembrar a assinatura do protocolo para a reabilitação da Estação Sul e Sueste, em Setembro de 2016, na qual marcaram presença o ministro das Finanças e o das Infra-Estruturas. Dizia-se então que essas obras deveriam estar concluídas no fim de 2017, mas a gare fluvial continua à espera delas.