Há um centro comercial onde os cães já podem entrar e está a correr bem

Na maior parte dos países europeus, a presença de animais nos espaços de restauração já se tornou parte do quotidiano.

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No Alegro já há 180 cães registados para acompanahrem os seus donos naquele espaço Daniel Rocha

No centro comercial Alegro Alfragide, no concelho de Oeiras, já há 180 cães que podem acompanhar os seus donos nas incursões por aquele espaço, indicou ao PÚBLICO a responsável de marketing daquela estrutura, Sara Rodrigues. Este é o único centro comercial que em Portugal autoriza a entrada de cães, e só destes, uma iniciativa que foi lançada em Maio para acompanhar a aprovação do novo Estatuto Jurídico dos Animais, por via do qual os animais de companhia deixaram de ser equiparados a coisas.

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No centro comercial Alegro Alfragide, no concelho de Oeiras, já há 180 cães que podem acompanhar os seus donos nas incursões por aquele espaço, indicou ao PÚBLICO a responsável de marketing daquela estrutura, Sara Rodrigues. Este é o único centro comercial que em Portugal autoriza a entrada de cães, e só destes, uma iniciativa que foi lançada em Maio para acompanhar a aprovação do novo Estatuto Jurídico dos Animais, por via do qual os animais de companhia deixaram de ser equiparados a coisas.

Sara Rodrigues explica que, para acederem ao centro com os cães, os donos têm de fazer um registo apresentando “a documentação obrigatória por lei — registo de chip, licença municipal e boletim de saúde com vacinas em dia — e ainda o seguro de responsabilidade civil”. 

E como têm sido as reacções? “Como em qualquer iniciativa pioneira, no início tivemos algumas reacções menos positivas, mas com o passar do tempo os clientes têm vindo a habituar-se e neste momento as reclamações são já bastante raras”, responde a responsável, acrescentando que neste período de tempo “o comportamento dos animais e respectivos tutores tem sido exemplar, não se tendo registado qualquer incidente”.

A entrada de animais em espaços comerciais como lojas ou supermercados já é permitida em vários outros países europeus, como é o caso da França ou da Alemanha. E em quase todos eles, à excepção dos países escandinavos, a presença de cães em restaurantes, bares ou cafés passou a fazer parte do quotidiano.

Nos guias turísticos a França é apontada como o país europeu mais pet-friendly. Ali o que é visto como estranho é que haja algum cão preso à entrada de um estabelecimento à espera do seu dono, como é costume em Portugal.

Em países como a Alemanha ou a Itália a entrada de cães nos espaços de restauração está dependente do tamanho destes: os pequenos são bem aceites, os outros nem por isso. Na Suíça não se colocam estas restrições e em Inglaterra também não. A Irlanda foi o último país europeu, antes de Portugal, a permitir a entrada de animais em espaços de restauração. Aconteceu em Dezembro.

Nos EUA existem pelo menos oito Estados onde é permitido o acesso de animais, mas estes só podem permanecer com os donos em esplanadas, o que também já é autorizado em Portugal. No geral, nestes Estados, é obrigatório que os empregados lavem as mãos caso toquem nos cães, estes têm de estar presos a trelas e só podem comer ou beber água em recipientes descartáveis, destinados a este único consumo. Rebecca Wisch, da Universidade de Michigan, destaca o “interesse” deste último requisito, uma vez que pressupõe que os restaurantes estejam preparados para “terem em contas as necessidades dos clientes canídeos”.