Para atenuar a dor, os colegas da mãe de Maëlys oferecem-lhe quase três anos de licença do trabalho
Os 1300 funcionários do hospital onde Jennifer Cleyet-Marrel trabalhava como enfermeira no turno da noite mostraram-se solidários com o sofrimento provocado pelo desaparecimento da menina de nove anos, cujo corpo foi encontrado nesta quarta-feira.
Numa onda de solidariedade para tentar atenuar a dor da mãe de Maëlys de Araújo (a menina luso-descendente de nove anos cujo corpo foi encontrado nesta quarta-feira), os seus colegas de trabalho no hospital francês de Pontarlier, perto da fronteira com a Suíça, ofereceram-lhe horas de trabalho, num total de 572 dias — o que, com dias de descanso, equivale a quase três anos, noticia a France 3 – para que a enfermeira pudesse enfrentar a tragédia sem perder o seu salário.
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Numa onda de solidariedade para tentar atenuar a dor da mãe de Maëlys de Araújo (a menina luso-descendente de nove anos cujo corpo foi encontrado nesta quarta-feira), os seus colegas de trabalho no hospital francês de Pontarlier, perto da fronteira com a Suíça, ofereceram-lhe horas de trabalho, num total de 572 dias — o que, com dias de descanso, equivale a quase três anos, noticia a France 3 – para que a enfermeira pudesse enfrentar a tragédia sem perder o seu salário.
A oferta já tinha sido feita na altura em que ainda não tinham encontrado o corpo. Participaram mais de 1300 funcionários do hospital, que tinham até ao final de Dezembro de 2017 para dizer quantos dias pretendiam “doar”. Desde que a sua filha desapareceu no final de Agosto, num casamento, que Jennifer Cleyet-Marrel não tinha voltado ao trabalho; Jennifer trabalhava como enfermeira no turno da noite, escreve o Le Parisien. Em média, cada funcionário do hospital ofereceu 2,27 dias a Jennifer Cleyet-Marrel.
“Esta solidariedade não nos surpreendeu, e ficámos muito emocionados quando chegou”, disse a responsável sindical da Confederação Geral do Trabalho no hospital, Lydie Lefebvre, citada pela imprensa francesa. “Será ela [a mãe de Maëlys] a decidir o que fazer com estes dias, se quer voltar progressivamente em part-time ou tomar o seu tempo”, afirmou ainda.
O principal suspeito da morte da menina é Nordahl Lelandais, um ex-militar de 34 anos que já estava em prisão preventiva. Segundo o procurador da República em Grenoble, Jean-Yves Coquillat, o suspeito “disse que matou Maëlys involuntariamente e se livrou do corpo”. "Ele matou a criança e enterrou-a num lugar perto de sua casa, voltou para o casamento, depois pegou no corpo novamente e levou-o para a floresta." Lelandais, acusado desde Setembro da morte da luso-descentente, recusou-se a explicar o que aconteceu ao certo. Os restos mortais da menina só foram encontrados nesta semana, depois da “cooperação” do suspeito.
Depois de o corpo ter sido encontrado, Jennifer Cleyet-Marrel fez uma publicação no Facebook, dirigindo-se ao “monstro” que matou a sua filha Maëlys. “A ti, o assassino da minha filha: a Maëlys vai assombrar as tuas noites e os teus dias na prisão até que morras e ardas no inferno”.