Empresário alvo de extradição posto em liberdade

Decisão do Tribunal da Relação de Lisboa foi anunciada pelos advogados de Raul Schmidt.

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Reuters/PAULO WHITAKER

O empresário luso-brasileiro Raul Schmdit, alvo de um processo de extradição para o Brasil no âmbito do caso Lava Jato, foi posto em liberdade, nesta quinta-feira, pelo Tribunal da Relação de Lisboa, confirmou à Lusa um dos advogados.

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O empresário luso-brasileiro Raul Schmdit, alvo de um processo de extradição para o Brasil no âmbito do caso Lava Jato, foi posto em liberdade, nesta quinta-feira, pelo Tribunal da Relação de Lisboa, confirmou à Lusa um dos advogados.

"O cidadão português de origem Raul Schmidt Filipe Júnior foi hoje posto em liberdade, na sequência de incidente suscitado pela sua defesa, com vista a que os tribunais portugueses não executem a extradição para o Brasil, sem antes apreciarem e decidirem se, enquanto nacional português de origem, o mesmo pode ser extraditado para aquele país, que não extradita brasileiros de origem", refere um comunicado da defesa de Raul Schmidt enviado à agência.

No entender dos advogados, Raul Schmidt Filipe Júnior tem nacionalidade portuguesa originária, por nascimento (nasceu neto de portugueses), por força da Lei Orgânica n.º 9/2015, de 29 de Julho, que entrou oficialmente em vigor, apenas no dia 1 de Julho de 2017.

"Nacionalidade originária, que produz efeitos desde o nascimento e não somente desde o registo por averbamento da atribuição de nacionalidade – conforme esclarecido em pareceres jurídicos dos Professores Rui Moura Ramos e Paulo Otero", argumenta ainda a defesa.

De acordo com a defesa do empresário luso-brasileiro, Raul Schmidt aguardará "serenamente em casa, em Lisboa, juntamente com a família" que os tribunais portugueses apreciem e declarem que, como português de origem, o mesmo não pode ser extraditado para o Brasil.

"Ao contrário do que foi noticiado, este cidadão português nunca esteve foragido. Pelo contrário, tem estado sempre à disposição da justiça portuguesa, como resulta da sua recusa de extradição para o Brasil, no exercício do direito a ser julgado em Portugal", conclui o comunicado.

Entretanto, o jornal Observador noticiou que Raul Schmidt, apesar de ter sido colocado em liberdade, ficou com as medidas de coacção de apreensão do passaporte e duas apresentações semanais às autoridades.