Investimento nos serviços públicos une PCP e CDS
Assunção Cristas acusa a contradição entre o “discurso do desafogo” e a “austeridade camuflada” e Jerónimo de Sousa diz que falta “uma resposta urgente” na saúde.
Numa coisa, CDS e PCP estão de acordo: a qualidade dos serviços públicos em Portugal está a degradar-se e são precisos mais investimentos. Depois de “Os Verdes”, também os comunistas e centristas colocaram o assunto no topo das preocupações que levaram ao Presidente da República, nesta primeira ronda de audições aos partidos que acaba na segunda-feira, com a audição da nova liderança do PSD.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Numa coisa, CDS e PCP estão de acordo: a qualidade dos serviços públicos em Portugal está a degradar-se e são precisos mais investimentos. Depois de “Os Verdes”, também os comunistas e centristas colocaram o assunto no topo das preocupações que levaram ao Presidente da República, nesta primeira ronda de audições aos partidos que acaba na segunda-feira, com a audição da nova liderança do PSD.
“O discurso de desafogo do Governo não corresponde à austeridade camuflada em que faltam recursos essenciais para a qualidade dos serviços como a saúde, a educação ou a segurança”, afirmou a líder centrista à saída da audiência, ao fim da tarde. De manhã, Jerónimo de Sousa tinha sido mais cauteloso, mas tocava no mesmo ponto.
“Transmitimos ao senhor Presidente a nossa preocupação com os serviços públicos”, que precisam de “resposta urgente”, afirmou o líder comunista, referindo-se em particular à educação e correios, que têm já greves marcadas, e à saúde.
Neste sector, considerou mesmo que o actual Governo “não fez pior que o anterior”, mas no plano do financiamento “está longe de encontrar uma resposta cabal que permita clarificar a importância do Serviço Nacional de Saúde para a vida dos portugueses”. Apontou a “carência” de equipamentos como uma das grandes falhas, por falta de substituição e reparação dos que se avariam.
“O caminho não é parar, nem retroceder, mas continuar a avançar”, preconizou Jerónimo de Sousa, qualificando a luta pela melhoria das condições do SNS como uma “causa profunda” do PCP. Mas a bandeira é outra, e, embora não tenha usado a palavra, o líder comunista deixou-o claro: “A alteração da legislação laboral é um elemento central para repor a justiça e garantir os direitos dos trabalhadores e essa será uma batalha em que o PCP se empenhará nos próximos tempos”.
Jerónimo não quis adiantar que posição terá o PCP no próximo Orçamento do Estado, atirando uma decisão para o momento em que se conhecer a proposta, mas avisando que a prioridade agora é garantir o cumprimento do orçamento deste ano, porque, afirma, “nalgumas áreas não está a ser concretizado”. E também não quis dizer se a eleição do novo líder do PSD irá levar a mudanças de estratégia dos comunistas. “Mais do que as pessoas, o importante são os conteúdos, o que interessa é saber que política executam e defendem”, disse. Ou seja, é válida a resposta que deu sobre Rui Rio: “Logo se vê”.