Lançada petição para criar núcleo museológico no Pejão

As minas do Pejão encerraram no último dia do ano de 1994. Desde então o seu património tem estado a degradar-se.

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Grande parte do couto mineiro é hoje propriedade privada e está ao abandono Adriano Miranda

Em menos de uma semana uma petição para que seja criado um núcleo museológico das Minas do Pejão atraiu o apoio de centenas de cidadãos – até às 16h desta quarta-feira mais de 860 pessoas tinham já assinado o documento lançado pelo MIRA FORUM, no Porto. São precisas quatro mil assinaturas para que o documento seja apreciado no plenário da Assembleia da República.

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Em menos de uma semana uma petição para que seja criado um núcleo museológico das Minas do Pejão atraiu o apoio de centenas de cidadãos – até às 16h desta quarta-feira mais de 860 pessoas tinham já assinado o documento lançado pelo MIRA FORUM, no Porto. São precisas quatro mil assinaturas para que o documento seja apreciado no plenário da Assembleia da República.

A ideia surgiu durante a preparação da montagem da exposição Carvão de Aço, do fotojornalista do PÚBLICO Adriano Miranda. Foi nas conversas em torno das imagens captadas há mais de 25 anos nas Minas do Pejão que Manuela Matos Monteiro tomou consciência do património material e imaterial que estava a desaparecer aos poucos.

A petição lançada na noite da passada sexta-feira é dirigida ao Presidente da República, ao presidente da Assembleia da República e ao primeiro-ministro apelando-se a que as Minas do Pejão cheguem ao Parlamento, permitindo que “o assunto seja analisado e debatido no sentido da constituição de um núcleo museológico e que sejam encontradas soluções de modo a combinar-se a memória do lugar e da actividade mineira com o inegável interesse turístico para a região”.

No texto recorda-se que as minas, geridas pela Empresa Carbonífera do Douro, estiveram em actividade durante 77 anos, até encerrarem em 1994, e que o seu “precioso” património material sofre de “uma progressiva degradação”. Além disso, refere-se no mesmo documento, “há todo um património imaterial – as experiências e vivências dos mineiros, testemunhos únicos e irrepetíveis que é preciso registar”. Os peticionários, com Manuela Matos Monteiro, do MIRA, como primeira signatária, avisam que “o desaparecimento destes protagonistas [os mineiros] implica o desaparecimento deste património”.

A exposição Carvão de Aço no MIRA, em Campanhã, inicialmente prevista até 24 de Fevereiro, vai ser prolongada até 21 de Abril e até essa data será possível subscrever a petição, também disponível na internet. Manuela Matos Monteiro diz que não sabe se o documento irá alcançar as quatro mil assinaturas que permitem o agendamento do tema para o plenário da Assembleia da República, mas diz que parte do que o MIRA pretendia alcançar, já está feito.

“O tema não é fácil, mas por isso também quisemos avançar com isto. É uma forma de consciencialização, um trabalho de pedagogia e já temos um ganho fundamental: os mineiros perceberem que se está a dar importância à vida deles”, diz. Contudo, nota, os signatários querem "mais" e estão já em conversações com outras entidades ligadas à preservação do património mineiro para "mostrar que é possível" fazer o que pedem.