Erro de casting do FC Porto, goleada histórica do Liverpool
Numa noite de pesadelo para os “dragões”, os “reds” aproveitaram os erros do rival para colocarem uma pedra nas esperanças portuguesas de chegar aos “quartos” da Champions.
Quando se tem pela frente equipas da qualidade do Liverpool, com jogadores talentosos como Roberto Firmino, Sadio Mané e Mohamed Salah, os erros pagam-se muito caro. Nesta quarta-feira, no Estádio do Dragão, um FC Porto com equívocos para todos os gostos comprovou-o. Com um erro de casting na escolha da equipa e na estratégia inicial, e deslizes pouco habituais nos “azuis e brancos” de Sérgio Conceição, os “dragões” reduziram a zero qualquer esperança de apuramento para os quartos-de-final da Liga dos Campeões. Com uma exibição de excelência, o Liverpool venceu no Porto, por 0-5 (Mané, aos 25’, 53’ e 85’; Salah, aos 29’; Firmino, 69’), e transformou a segunda mão em Anfield Road numa mera formalidade.
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Quando se tem pela frente equipas da qualidade do Liverpool, com jogadores talentosos como Roberto Firmino, Sadio Mané e Mohamed Salah, os erros pagam-se muito caro. Nesta quarta-feira, no Estádio do Dragão, um FC Porto com equívocos para todos os gostos comprovou-o. Com um erro de casting na escolha da equipa e na estratégia inicial, e deslizes pouco habituais nos “azuis e brancos” de Sérgio Conceição, os “dragões” reduziram a zero qualquer esperança de apuramento para os quartos-de-final da Liga dos Campeões. Com uma exibição de excelência, o Liverpool venceu no Porto, por 0-5 (Mané, aos 25’, 53’ e 85’; Salah, aos 29’; Firmino, 69’), e transformou a segunda mão em Anfield Road numa mera formalidade.
Cinco meses e cinco dias depois de se estrear na Liga dos Campeões com uma exibição para esquecer — derrota por 1-3 frente ao Besiktas —, o FC Porto voltou a mostrar a sua pior face no principal palco europeu. Frente a uma equipa do Liverpool que tem poucos segredos e que se apresentou no Dragão fiel a si própria, Sérgio Conceição correu o risco de abdicar da identidade habitual dos portistas e a má distribuição inicial de papéis pelo técnico resultou no descalabro.
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Apesar de não ter Felipe, Danilo, André André e Aboubakar, Conceição optou por recorrer ao seu “plano B”. Embora a parceria entre Herrera e Sérgio Oliveira tivesse passado com distinção nos exames anteriores, o treinador do FC Porto apostou no 4x3x3, colocando Otávio à frente do “16” e “27”, que jogavam lado a lado. Para além de retirar a habitual liberdade de acção ao mexicano e ao português, o técnico entregou a bola ao Liverpool. Habitualmente muito pressionantes, procurando quase sempre sufocar o rival no seu meio-campo, os portistas, desta vez, ficaram à espera do rival.
Nos primeiros minutos, a estratégia pareceu apanhar desprevenida a equipa de Klopp. Perante o recuo portista, o Liverpool mostrou-se cauteloso, tentando perceber o que iriam fazer os “dragões”. Resultado? Nos primeiros 10 minutos, a monotonia apenas foi quebrada por um remate de Otávio, que, após desviar em Lovren, passou a poucos centímetros da baliza de Karius. O susto despertou o (melhor) Liverpool.
Um par de minutos depois, após uma perda de bola de Brahimi, Robertson fez o primeiro remate à baliza de José Sá. A partir daí, os erros individuais portistas surgiram em catadupa. Aos 20’, após uma má reposição de bola de Sá, apenas um bom corte de Reyes impediu que Mané inaugurasse o marcador; dois minutos depois, após um mau passe de Soares, foi Marcano a evitar que Firmino fizesse o golo. Ao terceiro erro, foi de vez: nova má reposição de Sá, Mané, com espaço, rematou e a bola passou por debaixo do guarda-redes portista, que ficou muito mal na fotografia.
Como um bom predador, o Liverpool não deu hipótese ao FC Porto de respirar. Quatro minutos depois, Milner recuperou a bola à saída da área portista, rematou com estrondo ao poste e a classe de Salah fez o resto. O egípcio marcou no Dragão o 30.º golo da época e, pela primeira vez na sua história, o FC Porto perdia à meia hora por 0-2 em casa nas competições europeias. Só a partir daí, com 30 minutos de atraso e dois golos de desvantagem, os portistas deixaram de esperar no seu meio-campo pelo Liverpool.
Perante o óbvio equívoco da primeira parte, Conceição tentou corrigir o erro inicial ao intervalo – Corona entrou para o lugar de Otávio, reposicionando a equipa em 4x4x2. No entanto, o Liverpool já tinha o jogo na mão e, com o FC Porto a tentar mais com o coração do que com a cabeça minimizar os estragos da primeira meia-hora, os “reds” mostraram o seu lado cínico. Com triangulações simples no meio-campo e um tridente (Mané-Firmino-Salah) letal na frente, a equipa de Anfield construiu a maior derrota da história do FC Porto em casa.
Aos 54’, Firmino, de calcanhar, colocou a bola em Salah, o egípcio com um passe perfeito voltou a passar a bola ao brasileiro, que rematou para defesa de Sá. Na recarga, Mané só teve que encostar para o fundo da baliza. O jogo estava decidido, mas ainda faltavam 36 minutos que foram demasiado penosos para os portistas. Com a equipa “azul e branca” estarrecida, Firmino, aos 69’, fez o quarto e, aos 85’, Mané tornou-se no primeiro jogador a marcar um hat-trick em casa do FC Porto nas competições europeias.