Maioria de simpatizantes do SPD a favor de coligação com a CDU
Após o acordo de coligação, falta apenas o resultado do referendo aos militantes sociais-democratas para o novo Governo alemão ser uma realidade. Sondagem diz que 84% dos simpatizantes do SPD querem "grande coligação".
A maioria dos simpatizantes do Partido Social-Democrata (SPD) da Alemanha apoia uma “grande coligação”: 84%, segundo uma sondagem da Emnid para o jornal Bild am Sonntag.
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A maioria dos simpatizantes do Partido Social-Democrata (SPD) da Alemanha apoia uma “grande coligação”: 84%, segundo uma sondagem da Emnid para o jornal Bild am Sonntag.
Segundo o diário Frankfurter Allgemeine Zeitung, o número de apoiantes de uma “grande coligação” entre os inquiridos em geral é de 57%. O país, que na sua história do pós-guerra nunca viu a formação de governo demorar tanto tempo, espera agora o resultado do referendo aos membros do SPD, que deverá ser divulgado a 4 de Março.
Os sociais-democratas entraram num período de ebulição após o anúncio do acordo de coligação com os conservadores, embora tenham conseguido ficar com pastas importantes como as Finanças e os Negócios Estrangeiros (uma distribuição semelhante à da primeira "grande coligação" sob Angela Merkel, em 2005-2009, só que em 2005 CDU e SPD ficaram praticamente empatados, enquanto desta vez têm mais de dez pontos percentuais de diferença).
Martin Schulz, o candidato a chanceler dos sociais-democratas, acabou por se retirar da liderança e do cargo que se propunha ocupar, de ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE).
Durante a campanha, Schulz tinha garantido que só entraria num Governo como chanceler, e prometido que o partido iria ser oposição – mas com o falhanço das conversações para uma coligação Jamaica (que juntaria conservadores, liberais e verdes), a coligação com o SPD era a única possível para um governo maioritário e o Presidente, Frank-Walter Steinmeier, antigo MNE do SPD numa "grande coligação" com Merkel, foi essencial para convencer a liderança social-democrata a reconsiderar.
O actual ministro dos Negócios Estrangeiros, Sigmar Gabriel, deu uma entrevista acusando a liderança do SPD de "falta de respeito", o que terá contribuído para Schulz deixar o cargo. Não é claro se, depois da entrevista (em que citava a sua filha de três anos referindo-se a Schulz como "o homem com pêlo na cara"), Gabriel poderá continuar no cargo (apesar de ser, como lembrou, um dos políticos mais populares do país).
O partido continua, no entanto, muito dividido face a esta hipótese de participação no Governo e a sua ala jovem já recomeçou a campanha pelo voto “não” à “grande coligação”, depois de terem apelado a incrições em massa para participação no referendo. Desde o final do ano juntaram-se ao SPD mais 24.339 novos membros; assim, um total de 46.3723 militantes poderão votar no referendo.
A liderança social-democrata planeia começar a apelar ao voto no “sim” a 17 de Fevereiro.
Em 2013, os membros do SPD aprovaram o acordo de coligação com 75,96% dos votos. Desta vez o resultado é muito mais difícil de prever.