Duolingo: Viciante e sem culpa
Aprender línguas no telemóvel dia-a-dia, como se fosse um jogo e exercitando o cérebro.
Um dia destes li um artigo sobre o novo livro que a neurologista Kaja Nordengen está a lançar na Noruega e que nos ensina a treinar e a manter o nosso cérebro em forma todos os dias. Ela é autora de uma outra obra sobre o funcionamento deste órgão que ultrapassou fronteiras, intitula-se Mon cerveau superstar: Le seul organe irremplaçable, na tradução francesa, e sairá em língua inglesa ainda durante este ano.
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Um dia destes li um artigo sobre o novo livro que a neurologista Kaja Nordengen está a lançar na Noruega e que nos ensina a treinar e a manter o nosso cérebro em forma todos os dias. Ela é autora de uma outra obra sobre o funcionamento deste órgão que ultrapassou fronteiras, intitula-se Mon cerveau superstar: Le seul organe irremplaçable, na tradução francesa, e sairá em língua inglesa ainda durante este ano.
Quando aprendemos coisas novas ou desafiamos a nossa mente, estamos a contribuir para a “boa forma” do cérebro, e os seus conselhos passam também por mudarmos as nossas rotinas. Por exemplo, sair do autocarro uma estação antes do destino final e caminhar dez mil passos por dia, experimentar lavar os dentes pegando na escova com a mão que menos utilizamos no dia-a-dia ou aprender cinco novas palavras por dia numa língua estrangeira.
Da minha janela em Alfama (Lisboa), ouço em diversas línguas as explicações dos guias nas visitas ao bairro de turistas cada vez mais frequentes, o que é sempre fascinante. E desde há uns meses instalei no meu telemóvel a aplicação Duolingo (iOS, Android e Windows), que nos permite aprender diversos idiomas de graça. As “aulas” da aplicação funcionam como se fossem um jogo (perdemos vidas quando erramos e ganhamos pontos quando completamos uma lição) e até para quem como eu não tem por hábito ter jogos no telemóvel é viciante. Sem culpa, porque estamos a aprender e a exercitar o cérebro.
Podemos escolher ter os cursos em português e nesse caso o problema é que se trata do português do Brasil ou optar por ter como língua base do curso o inglês ou o francês e nesse caso as possibilidades de aprendizagem de línguas longínquas aumentam. Estou a aprender japonês, alemão e línguas escandinavas respondendo em inglês e a melhorar o meu inglês tendo por língua base o português.
É fascinante perceber que ao fim de algumas semanas, fazendo o esforço de todos os dias dedicar cinco minutos à aulas, que começam como vocabulário muito simples, incluem questões de conversação, compreensão tradução e desafios de escolha múltipla, conseguimos olhar para um parágrafo escrito nessa língua nova para nós e perceber algumas frases que até aí seriam incompreensíveis.
À medida que se vai respondendo às questões que nos colocam, repetindo alto as novas palavras e frases, fazendo traduções e percebendo os erros que cometemos, temos a sensação de estar realmente a aprender alguma coisa.
A plataforma Duolingo foi criada pelo guatemalteco Luis von Ahn, professor da Carnegie Mellon University e um dos responsáveis pela invenção do Captcha, que prova que somos humanos quando preenchemos formulários na Net e não máquinas, e pelo suíço Severin Hacker, especialista em ciências da computação. A versão da aplicação que tenho usado é a gratuita, por isso sou obrigada a de tempos a tempos ver anúncios que dão pontos que permitem avançar com as lições. Mas há uma versão sem anúncios para quem quiser pagar cerca de 11 euros por mês.
Para complementar, criaram a aplicação Tinycards (iOS), com cartões que nos ajudam a praticar a língua e a memorizar as palavras novas.
Duolingo