Câmara investe 3,5 milhões para reavivar o mercado como ponto de encontro para a população

As obras no espaço construído em 1952 arrancam no segundo semestre de 2018 e vão durar cerca de um ano, obrigando à criação de um espaço provisório para os comerciantes. A autarquia quer recuperar a influência perdida do mercado municipal e dinamizar, assim, o comércio no centro da cidade.

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A remodelação prevista entre o segundo semestre deste ano e a segunda metade de 2019 vai transformar o mercado municipal de Famalicão num espaço com as mesmas fachadas junto às ruas, mas um interior renovado e coberto, com traços contemporâneos, que pretende ser lugar de compra e venda de bens, muitos deles produzidos localmente, mas também de reunião entre as gerações mais velhas, conhecedoras da versão antiga, e as mais novas em torno de um comércio mais dinâmico no coração da cidade.

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A remodelação prevista entre o segundo semestre deste ano e a segunda metade de 2019 vai transformar o mercado municipal de Famalicão num espaço com as mesmas fachadas junto às ruas, mas um interior renovado e coberto, com traços contemporâneos, que pretende ser lugar de compra e venda de bens, muitos deles produzidos localmente, mas também de reunião entre as gerações mais velhas, conhecedoras da versão antiga, e as mais novas em torno de um comércio mais dinâmico no coração da cidade.

“Queremos que o mercado volte a ser mercado: um ponto de encontro entre a oferta e a procura, mas também um espaço de convívio de várias gerações, de revivalismo para os mais velhos, porque no novo mercado, haverá espaço para o velho mercado”, reiterou o presidente da câmara, Paulo Cunha, após a aprovação, na reunião do executivo de quinta-feira, do início dos concursos públicos para as requalificações do mercado e do Teatro Narciso Ferreira, em Riba d’Ave.

Para o autarca, a principal ideia subjacente à remodelação, cujo investimento, financiado em 85% pelo PEDU (Norte 2020), ultrapassa ligeiramente os 3,5 milhões de euros (já com IVA), é a “reconstrução do conceito de mercado de proximidade”, para garantir mais gente a comercializar e a consumir no centro de Famalicão.

Para atingir tais objectivos, o espaço concebido pelo gabinete de projectos da Câmara vai manter elementos do edifício projectado pelo arquitecto Júlio de Brito, em meados do século XX, mas vai ter uma nova fachada, com um padrão baseado numa das torres do edifício original, e perder algumas construções precárias – vão ser demolidas -, para se tornar mais polivalente e poder acolher pequenas feiras ou eventos culturais, explicou a Directora do Departamento de Ordenamento e Gestão Urbanística, Francisca Magalhães.

A responsável adiantou também que vai haver esplanadas e espaços de restauração sujeitos a um regulamento para valorizarem os produtos vendidos no mercado, um mercado de trocas para comerciantes que apresentem “produtos inovadores e biológicos” , enquadrados na ideia de economia circular – produção e consumo em circuitos onde a reciclagem de um produto serve de matéria-prima para um próximo - e uma “cozinha laboratório”, como espaço de “sensibilização para a alimentação saudável”.

Resultado de um processo com sessões de esclarecimento junto dos comerciantes e da população e inquéritos que, segundo Francisca Magalhães, demonstraram procuras diferentes em diferentes dias da semana, o novo mercado vai ter uma relação mais próxima com as praças que o circundam – Mouzinho de Albuquerque e D. Maria II -, que serão também alvo de reabilitação. A responsável municipal pelo urbanismo adiantou que tanto o mercado, como as praças vão ter “estacionamento requalificado em conjunto com espaços pedonais de usufruto público” – passeios mais largos -  e que a paragem para transportes públicos se vai aproximar do mercado.

Durante as intervenções, os donos das lojas vão poder manter a actividade, com eventuais interrupções numa semana ou outra, mas os comerciantes do mercado vão ter de sair do mercado, reconheceu Francisca Magalhães. “Ou será criado um espaço provisório na praça Mouzinho de Albuquerque ou a Câmara arranjará outro espaço”, disse.

Teatro Narciso Ferreira: “investimento contra cíclico” em Riba d’Ave

O concurso público para a requalificação do Teatro Narciso Ferreira, edifício que funcionou entre 1944 e 2001, arrancou também na quinta-feira. Orçada em três milhões de euros – 85% do valor provém do PEDU -, a obra vai-se prolongar por 15 meses a partir do segundo semestre de 2018 e, de acordo com o presidente da Câmara, vai dar à vila de Riba d’Ave a possibilidade de, através da cultura, encontrar soluções para as “más notícias recebidas” em anos anteriores, a última das quais relacionada com a perda dos serviços postais – o balcão dos CTT vai continuar a funcionar na sede da Junta de Freguesia. Com o edifício recuperado, o autarca espera que a comunidade, além de se habituar a frequentar equipamentos culturais, se torne “produtora de cultura”, quer no teatro ou no cinema, quer na dança.

Actualmente em ruínas, o edifício vai manter a fachada modernista, mas vai ser ampliado para corresponder às exigências do teatro de hoje, com três configurações possíveis para o auditório principal, que além de receber espectáculos culturais, vai também poder acolher conferências. A diretora municipal para o urbanismo, Francisca Magalhães, disse que o município está a estudar uma zona de estacionamento de apoio aos espectáculos na antiga fábrica Sampaio Ferreira, propriedade da Fundação Narciso Ferreira.