Rui Chafes entra no Centro Pompidou e dialoga com Alberto Giacometti em Paris

Escultor vai ter duas peças na colecção permanente do Museu Nacional de Arte Moderna francês, que serão mostradas em Outubro em paralelo com uma exposição na Gulbenkian ao lado de obras do artista expressionista suíço.

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Duas obras de Rui Chafes foram adquiridas pelo Museu Nacional de Arte Moderna de Paris e vão integrar a exposição da sua colecção permanente no Centro Pompidou, a partir de Outubro. Paralelamente, entre o dia 3 desse mês e 16 de Dezembro, o escultor português fará uma exposição na delegação francesa da Fundação Calouste Gulbenkian em diálogo com obras do suíço Alberto Giacometti (1901-1966).

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Duas obras de Rui Chafes foram adquiridas pelo Museu Nacional de Arte Moderna de Paris e vão integrar a exposição da sua colecção permanente no Centro Pompidou, a partir de Outubro. Paralelamente, entre o dia 3 desse mês e 16 de Dezembro, o escultor português fará uma exposição na delegação francesa da Fundação Calouste Gulbenkian em diálogo com obras do suíço Alberto Giacometti (1901-1966).

Rui Chafes manifestou ao Ípsilon a sua satisfação pela entrada na colecção do Centro Pompidou, que “é um dos mais importantes museus de arte moderna e contemporânea do mundo”, disse. “Não sei se haverá muitos artistas portugueses representados nesta colecção” – acrescenta –, “mas esta é uma oportunidade excelente para dar a conhecer melhor a arte e a cultura portuguesas em França”.

Quem assegura que as duas obras do escultor – Carne invisível e Carne misteriosa, duas criações de 2017 – “são as primeiras de um artista português a entrar na mostra permanente do Centro Pompidou” é o galerista luso-francês Philippe Mendes, que no ano passado, em Maio e Junho, promoveu na sua galeria do centro de Paris a exposição Absences – Rui Chafes, diálogos com os mestres antigos. Foi nesta ocasião, em que o escultor português dialogou com peças de artistas do século XVI e XVII, que Catherine David, da direcção do Museu Nacional de Arte Moderna, viu e escolheu as duas peças. “Consegui convencê-la da importância de terem um nome relevante da arte portuguesa contemporânea no Pompidou”, reclama Philippe Mendes, que de seguida angariou os mecenas (privados) que permitiram a aquisição das obras.

A apresentação ao público, no Centro Pompidou, de Carne invisível e Carne misteriosa está agendada para Outubro, para coincidir com a exposição Alberto Giacometti e Rui Chafes na Gulbenkian de Paris. Para esta mostra comissariada por Helena de Freitas, o escultor nascido em Lisboa (1966) vai criar uma série de esculturas para dialogar com 15 obras (11 esculturas e quatro desenhos) do grande mestre expressionista.

Além disso, Chafes foi também desafiado (e aceitou) a completar uma obra inacabada de Giacometti. “É de arrepiar!”, exclamou o escultor, quando questionado sobre este projecto. “É uma prova de grande confiança manifestada pela Fundação Giacometti”, diz, confessando algum desassossego mas também uma grande satisfação por esta “ocasião única de poder pensar os limites do [seu] próprio trabalho em confronto com esse gigante da arte mundial”.

Para a exposição de Paris, além de completar a peça de Giacometti, Chafes vai criar um conjunto de obras especificamente para o efeito. “Serão peças todas novas; não quis perder a oportunidade de pensar as minhas peças, de continuar as minhas reflexões sobre a escultura, desta vez confrontado com alguém que muito admiro, e que é o topo da montanha da escultura”, diz.

Em Dezembro passado, Rui Chafes viu também uma obra sua ser integrada na colecção permanente do Museu de Arte Contemporânea de Roma (Macro); e, em Janeiro, inaugurou uma exposição, intitulada Balthazar, na galeria Karin Sachs, em Munique, que aí ficará patente até 24 de Março.