Quem é o melhor professor de Portugal?
O Global Teacher Prize Portugal vai premiar o professor português com as ideias mais inovadoras. A distinção é inspirada numa versão internacional do “Nobel” da educação. Os professores podem candidatar-se até 10 de Março.
Uma professora que usa música rap para dar as aulas de Português; um professor que tem bonés de várias cores à entrada da sala para que os alunos escolham um de acordo com a sua disposição; ou uma docente de História que se inspira no jogo Minecraft para as suas lições. São algumas das ideias que Rute Moreira, psicóloga e uma das impulsionadoras do Global Teacher Prize Portugal, enumera quando se fala nos projectos inovadores promovidos pelos professores portugueses e que podem servir de impulso à candidatura neste prémio. “Tenho visto professores extraordinários, que fazem coisas altamente transformadoras.”
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Uma professora que usa música rap para dar as aulas de Português; um professor que tem bonés de várias cores à entrada da sala para que os alunos escolham um de acordo com a sua disposição; ou uma docente de História que se inspira no jogo Minecraft para as suas lições. São algumas das ideias que Rute Moreira, psicóloga e uma das impulsionadoras do Global Teacher Prize Portugal, enumera quando se fala nos projectos inovadores promovidos pelos professores portugueses e que podem servir de impulso à candidatura neste prémio. “Tenho visto professores extraordinários, que fazem coisas altamente transformadoras.”
O ruído das crianças no intervalo da manhã desta terça-feira na Escola Básica e Secundária Passos Manuel, no centro de Lisboa, serviu de barulho de fundo à apresentação da primeira edição do Global Teacher Prize Portugal. Uma iniciativa onde crianças e adolescentes foram os apresentadores de um prémio que tem como objectivo premiar os responsáveis por uma parte da sua educação, os professores.
A certa altura, o artista plástico Vhils surge num vídeo para falar da importância de duas professoras do ensino secundário no seu sucesso profissional: “Acreditaram no que eu fazia”. Por isso, é importante “enaltecer o trabalho de todos os professores de Portugal”. Algo que “muitas vezes é invisível”, referia.
A versão internacional desta distinção surgiu pela mão da Varkey Foundation – uma organização sem fins lucrativos, que trabalha na área da educação. Foi quando Afonso Reis, professor na Nova School of Business and Economics e representante de Portugal na rede Global Shapers do Fórum Económico Mundial, conheceu Vikas Pota, director da Varkey Foundation, e envolveu-se no projecto e se tornou júri do prémio. Trazer para Portugal o “Nobel” da educação, como lhe chama Afonso Reis, foi uma questão de tempo.
A primeira edição do Global Teacher Prize Portugal realiza-se em parceria com a Fundação Galp e a Fundação Calouste Gulbenkian. Os professores de qualquer grau de ensino e de todas as áreas podem candidatar-se até 10 de Março. Os finalistas são anunciados a 19 de Abril e o vencedor é conhecido a 3 de Maio.
Entre o júri, presidido por Afonso Reis, estão representantes dos pais, alunos e comunidade científica. Álvaro Laborinho Lúcio, professor universitário e ex-ministro da Justiça, é o presidente honorário.
O que se espera das candidaturas destes professores?
Em relação ao tipo de projectos que podem ser apresentados, Afonso Reis não quer estabelecer limites. “Não queremos ser nós a dizer o que dá ou não. Deve ser algo que possa ser aumentado, que tenha impacto na educação.” O prémio são 30 mil euros. Desse valor, 15% é para ser usado como o professor quiser e o resto “é para ser pago a dois ou três anos para que possa implementar, investir ou começar algo novo”. O vencedor da edição portuguesa tem também acesso directo à eleição do Global Teacher Prize, cujo prémio é um milhão de dólares.
A distinção dos professores ao nível nacional também existe na Albânia, Argélia, Chile, República Checa, Geórgia, Iraque, Japão, Jordânia, Líbano, Marrocos, Paquistão, Somália, Sudão, Tunísia, Ucrânia e Iémen.
Maggie MacDonnell, uma professora canadiana, foi a vencedora da edição de 2017 do Global Teacher Prize. A docente passou cinco anos como voluntária na África subsariana e, quando regressou ao seu país, começou a dar aulas numa vila Inuit (comunidade de esquimós) no árctico canadiano com cerca de 1300 habitantes e à qual só se pode chegar de avião.
A professora criou um programa no qual envolve os jovens na vida em comunidade, para os ajudar a lidar com questões como o isolamento e o consumo de drogas. “Em três ocasiões distintas, tive alunos que me agradeceram por salvar a sua vida. Todos passaram por momentos difíceis ao perder amigos e familiares que se suicidaram”, disse a professora canadiana quando recebeu o prémio.
Nas edições anteriores, a distinção foi atribuída a Hanan Al Hroub, uma professora palestiniana, e a Nancie Atwell, uma docente norte-americana.