Mandado de detenção de Julian Assange continua válido
A Justiça britânica decidiu que o fundador do Wikileaks cometeu um delito quando se refugiou na embaixada do Equador em 2012 e recusou-se a cancelar o mandado de detenção de Assange, tal como tinha sido requerido pela defesa do activista australiano.
O mandado de detenção de Julian Assange, fundador da Wikileaks, continua válido, decretou esta terça-feira a justiça britânica. Assange ainda pode ser detido se sair da embaixada do Equador em Londres, onde vive há cinco anos e meio. O activista australiano viu-lhe ser recusado o seu pedido de cancelamento do mandado de detenção no imediato, mas a decisão ainda pode mudar na audição marcada para a próxima semana.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O mandado de detenção de Julian Assange, fundador da Wikileaks, continua válido, decretou esta terça-feira a justiça britânica. Assange ainda pode ser detido se sair da embaixada do Equador em Londres, onde vive há cinco anos e meio. O activista australiano viu-lhe ser recusado o seu pedido de cancelamento do mandado de detenção no imediato, mas a decisão ainda pode mudar na audição marcada para a próxima semana.
A juíza Emma Arbuthnot decretou que o mandado de captura de Assange continua válido, mesmo que a polícia sueca tenha arquivado os processos de violação e assédio a duas mulheres por falta de provas. De acordo com a defesa de Assange, essa razão deveria ser suficiente para invalidar o mandado de captura que o impede de sair da embaixada do Equador. No entanto, o Tribunal de Magistrados de Westminster não concorda. A juíza afirma que Assange cometeu um delito quando se refugiou na embaixada equatoriana em Londres para escapar ao mandado de captura europeu.
Arbuthnot afirmou não estar “convencida de que o mandado devesse ser revogado”, mas deixou que a defesa de Assange apresentasse novos argumentos, relata a Sky News. A decisão final será tomada a 13 de Fevereiro.
O advogado de Assange, Mark Summers, disse, no mês passado, que o arquivamento do processo na Suécia faria com que deixasse de haver “propósito e função” para o mandado, cita o Guardian. A defesa acredita que Assange já passou cinco anos num ambiente semelhante ao de uma prisão “sem acesso a cuidados médicos adequados ou luz do sol, em circunstâncias onde a sua saúde física e psicológica se deterioraram e estão em perigo”.
O procurador Aaron Watkins estranhou os argumentos da defesa. “Assange foi libertado sob fiança; com o dever de se entregar à custódia do tribunal e não o fez no tempo que lhe foi dado. Por isso, o mandado mantém-se”, disse Watkins, de acordo com o Guardian.
Julian Assange refugiou-se na embaixada do Equador em Londres em Junho de 2012 para escapar ao mandado de detenção europeu, na sequência de acusações de violação na Suécia. O mandado foi retirado em Maio do ano passado.
Assange continua na representação diplomática equatoriana por receio de ser detido pelas autoridades britânicas e deportado para os Estados Unidos, onde pode ser julgado pela publicação de documentos militares e diplomáticos confidenciais. O WikiLeaks, lançado em 2006, divulgou ilegalmente, em finais de Novembro de 2010, milhares de telegramas diplomáticos norte-americanos, tornando Julian Assange e o seu site um alvo da Administração norte-americana.