Bitcoin acentua queda e Draghi avisa para riscos

Criptomoeda desceu abaixo da fasquia dos sete mil dólares, passando a valer cerca de um terço do pico de Dezembro.

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Reguladores em vários países têm apertado o cerco às criptomoedas Reuters/DADO RUVIC

A bitcoin continuou a tendência de descida e desceu esta segunda-feira para baixo da fasquia dos sete mil dólares, no seguimento de semanas de perda de confiança dos consumidores e depois de alguns bancos terem decidido impedir a compra de criptomoedas com cartões de crédito.

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A bitcoin continuou a tendência de descida e desceu esta segunda-feira para baixo da fasquia dos sete mil dólares, no seguimento de semanas de perda de confiança dos consumidores e depois de alguns bancos terem decidido impedir a compra de criptomoedas com cartões de crédito.

O banco britânico Lloyds anunciou que iria banir as compras de criptomoedas com recurso a crédito, algo que bancos americanos como o JP Morgan e o Citygroup já tinham feito. O uso de cartões de crédito fazia com que os investidores usassem dinheiro sobre o qual viriam a pagar juros para investir em bitcoins e outras criptomoedas semelhantes, na esperança de que os ganhos compensassem aqueles encargos.

Outras instituições afirmaram à agência Reuters que continuariam a permitir esta prática, mas as restrições impostas por aqueles grandes bancos somam-se a várias más notícias recentes para o mercado das criptomoedas e a um apertar da malha regulatória.

Nesta segunda-feira, o presidente do Banco Central Europeu lançou avisos sobre os riscos para os investidores. No Parlamento Europeu, Mario Draghi disse que “as divisas virtuais estão de facto sujeitas a alta volatilidade” e que o preço “é inteiramente especulativo”. De acordo com as agências internacionais, notou ainda que os bancos europeus têm-se mostrado pouco interessados nas criptomoedas, apesar do entusiasmo de muitos investidores.

Já nos EUA, os reguladores dos mercados financeiros adiantaram que vão nesta terça-feira apresentar no Congresso os riscos que activos como a bitcoin representam para os investidores e defender mais regulação, algo que já está a acontecer em países asiáticos.  

Às 19h56, cada bitcoin valia cerca de 6789 dólares, de acordo com o site CoinMarketCap. O valor significa uma queda de dois terços face ao pico de Dezembro. O ethereum valia 653 dólares e o ripple, 68 cêntimos de dólar. A esmagadora maioria das 100 criptomoedas mais populares listadas naquele site estavam também em queda.

A derrocada da semana passada, na qual a bitcoin desceu abaixo dos oito mil dólares, foi seguida de alguma recuperação durante o fim-de-semana. No entanto, não é claro quanto da recuperação se deveu a apostas dos investidores e quanto poderá ter sido o resultado de manipulação de um mercado pouco supervisionado. Em fóruns e salas de conversação (algumas das quais são de acesso restrito) há grandes investidores em criptomoedas que combinam estratégias para tentar influenciar o mercado. Além disso, muitos investidores e analistas têm afirmado que uma moeda chamada tether – cuja empresa dizia ter um dólar para cada tether – tem sido despejada no mercado para comprar bitcoins e assim para inflacionar o preço. É um caso que está a ser investigado pelas autoridades americanas.

“O ecossistema de cripto[moedas] inclui milhares de salas de chat onde os criptomalucos conspiram diariamente para manipular preços”, escreveu no Twitter o economista Nouriel Roubini, que tem sido uma das vozes mais críticas da bitcoin. “Todas as práticas são oficialmente ILEGAIS/CRIMINOSAS. A mãe de todas as fraudes.”