“Carência de médicos” coloca em “risco” serviços do hospital de Beja
Directores de serviço assinam manifesto. Alertam para “risco iminente” de colapso das urgências de pediatria e obstetrícia.
Doze directores de serviço do Hospital José Joaquim Fernandes em Beja divulgam hoje um manifesto em que expressam a sua preocupação pela situação de “absoluta carência de médicos” para fazer face às necessidades assistenciais da população nesta unidade de saúde. “Está muito complicado”, desabafou ao PÚBLICO Ana Matos Pires, directora do serviço de psiquiatria, alertando para o “risco iminente” de colapso das urgências de pediatria e obstetrícia e para as “graves dificuldades” existentes nos serviços de anestesiologia, radiologia, cirurgia geral e ortopedia. “Faltam sobretudo médicos especialistas”, refere Ana Matos Pires, criticando a “não abertura de concursos para recém-especialistas em 2017”. Esta “grave lacuna” surge associada às “dificuldades acrescidas de atrair e manter novos clínicos nesta região”.
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Doze directores de serviço do Hospital José Joaquim Fernandes em Beja divulgam hoje um manifesto em que expressam a sua preocupação pela situação de “absoluta carência de médicos” para fazer face às necessidades assistenciais da população nesta unidade de saúde. “Está muito complicado”, desabafou ao PÚBLICO Ana Matos Pires, directora do serviço de psiquiatria, alertando para o “risco iminente” de colapso das urgências de pediatria e obstetrícia e para as “graves dificuldades” existentes nos serviços de anestesiologia, radiologia, cirurgia geral e ortopedia. “Faltam sobretudo médicos especialistas”, refere Ana Matos Pires, criticando a “não abertura de concursos para recém-especialistas em 2017”. Esta “grave lacuna” surge associada às “dificuldades acrescidas de atrair e manter novos clínicos nesta região”.
A directora do serviço de psiquiatria reconhece que “não existem soluções fáceis”, quando se trata de conseguir médicos para as regiões do interior do país. Fixar novos clínicos no hospital de Beja implica “dar possibilidade às pessoas para fazerem o seu currículo”, vincando que, “ao contrário do que se possa pensar”, o problema “ não se resume à questão financeira”.
Ana Matos Pires refere o seu caso pessoal: “Acreditei num projecto [de serviço de psiquiatria] onde havia tudo por fazer [numa região profundamente marcada pela] interioridade e os acessos deficientes.” Mesmo assim considera que o caminho a percorrer para minorar as carências que existem nos serviços de Saúde do Baixo Alentejo, passam por “uma discussão alargada” que ainda não foi possível concretizar. “Sem sugestões realistas e concretas os problemas não serão ultrapassados”, diz, alertando para necessidade de os discutir e tentar resolver.