Estatutos e regulamento disciplinar na origem da discórdia
O que esteve na origem de toda a polémica.
O filme de três dias conturbados no Sporting, que tiveram como epílogo o anúncio nesta de uma nova Assembleia Geral (AG) a 17 de Fevereiro, começou no sábado com um fim abrupto da AG extraordinária dos “leões”. Como se antevia, a reunião magna resultou numa discussão fracturante que teve como origem da discórdia os pontos seis (alteração dos estatutos do clube) e sete (regulamento disciplinar) da ordem de trabalhos da AG presidida por Jaime Marta Soares.
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O filme de três dias conturbados no Sporting, que tiveram como epílogo o anúncio nesta de uma nova Assembleia Geral (AG) a 17 de Fevereiro, começou no sábado com um fim abrupto da AG extraordinária dos “leões”. Como se antevia, a reunião magna resultou numa discussão fracturante que teve como origem da discórdia os pontos seis (alteração dos estatutos do clube) e sete (regulamento disciplinar) da ordem de trabalhos da AG presidida por Jaime Marta Soares.
As primeiras votações decorreram de forma serena e os pontos iniciais levados a sufrágio foram aprovados por larga maioria. Entre eles, estavam a atribuição a título perpétuo do número 9 a Fernando Peyroteo; a realização de uma auditoria de gestão ao mandato entre 2013 e 2017; a apresentação de um relatório de sustentabilidade do Grupo; a autorização da aquisição de duas parcelas de um terreno em Lisboa e a possibilidade de negociação dos termos e condições da concessão a terceiros da construção e exploração de estabelecimento comercial de um outro terreno; a aprovação das contas consolidadas.
O rumo, aparentemente pacífico, da AG inverteu-se quando um grupo de sócios sportinguistas apresentou à mesa da AG um requerimento que pedia o adiamento da discussão dos dois pontos mais controversos: alteração dos estatutos e aprovação de um novo regulamento disciplinar. Do ponto 6, referente às alterações estatutárias, consta a extinção do Conselho Leonino – medida que entraria em vigor apenas após o próximo ato eleitoral -; e o fim do método de Hondt para a eleição do Conselho Fiscal e Disciplinar. Na alteração mais relevante no regulamento disciplinar, Bruno de Carvalho pretende que quem deixe de ser sócio do clube voluntariamente durante um processo disciplinar para a sua expulsão, só possa requerer a sua readmissão como associado do Sporting após um período de oito anos.
Apesar de a pretensão deste grupo de associados já ser conhecida – Bruno de Carvalho tentou antes da AG explicar alguns das suas propostas mais sensíveis na sua página no Facebook -, a apresentação do requerimento para o adiamento da votação desagradou ao presidente do Sporting, que de imediato se dirigiu aos sócios dizendo que aquilo que se estava a passar, “era igualzinho” ao que tinha assistido na AG da Liga de Clubes. Bruno de Carvalho, deixou então no ar a possibilidade de se demitir nesta segunda-feira – “O Conselho Directivo vai reunir-se para decidir se se demite ou não” –, deixando o Multidesportivo de Alvalade logo de seguida.