Embaixador diz que mandado de detenção será visto como “mais um agravo”
Seixas da Costa não comenta a decisão do Ministério Público, mas diz que nada justifica a divulgação da existência do mandado. Governo não reage.
Mais um “agravo”. Francisco Seixa da Costa, embaixador, defende, em declarações ao PÚBLICO, que a divulgação da existência de um mandado de detenção para notificar o ex-governante de Angola Manuel Vicente “será considerado mais um agravo por parte das autoridades angolanas”.
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Mais um “agravo”. Francisco Seixa da Costa, embaixador, defende, em declarações ao PÚBLICO, que a divulgação da existência de um mandado de detenção para notificar o ex-governante de Angola Manuel Vicente “será considerado mais um agravo por parte das autoridades angolanas”.
“Uma coisa me parece clara: nada justifica que, mesmo que o mandado de detenção tivesse sido emitido, fosse feita divulgação pública da sua existência, sabido que é que isso será considerado um agravo mais por parte das autoridades angolanas”, diz o diplomata. “Mas já nada me surpreende.”
Seixas da Costa recusa ainda julgar a decisão judicial, referindo não conhecer “os fundamentos em que se apoia” e não saber “se a medida respeita o princípio da proporcionalidade, face à gravidade do crime de que o engenheiro Manuel Vicente está acusado”.
Já o Governo português não comenta. "Não temos nenhum comentário a fazer, trata-se de um assunto do foro judicial", disse ao PÚBLICO fonte do gabinete do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.
Ana Gomes, eurodeputada do PS, deu conta no Twitter da emissão do mandado por parte da justiça portuguesa e explicou que o antigo vice-presidente angolano é suspeito de subornar um procurador português para encerrar o caso conhecido como Operação Fizz. A seguir, noutro tweet, um desabafo: “Ora bem!!! Danem-se todos os do ramalhete de corruptos, coniventes e capachos que invocavam retaliações diplomáticas e comerciais de #Angola...”