O espectáculo "desportivo” do ano está a chegar

Audiências gigantes, bilhetes inflacionados e segundos de publicidade a custarem milhões. Na 52.ª edição, poderá haver um estreante a sagrar-se campeão.

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Patriots e Eagles irão enfrentar-se este domingo pelo título de campeão Reuters/Kirby Lee

O Super Bowl representa, para os americanos, o que a final da Liga dos Campeões simboliza para os europeus. As duas melhores equipas, um único jogo e um vencedor que ficará inscrito na história. A diferença principal prende-se com a dimensão que o evento assume, ultrapassando qualquer outro jogo no planeta. Será a 52.ª edição do evento que será transmitido este domingo às 23h30, hora portuguesa, na Sport TV1.

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O Super Bowl representa, para os americanos, o que a final da Liga dos Campeões simboliza para os europeus. As duas melhores equipas, um único jogo e um vencedor que ficará inscrito na história. A diferença principal prende-se com a dimensão que o evento assume, ultrapassando qualquer outro jogo no planeta. Será a 52.ª edição do evento que será transmitido este domingo às 23h30, hora portuguesa, na Sport TV1.

Comecemos pelo preço dos bilhetes. No Super Bowl deste ano, que será disputado no estado do Minnesota, no U.S Bank Stadium, construído em 2016 e com capacidade para 73.000 espectadores, o lugar mais barato (que requer o auxílio de binóculos) custa mais de 4000 dólares, cerca de 3200 euros. Apesar dos preços exorbitantes, os fãs não abandonam as equipas, na esperança de viverem um momento único de glória colectiva. 

Os anúncios televisivos são mais uma das atracções da noite. Numa temporada marcada por protestos dos jogadores durante o hino nacional - e insultos do Presidente Donald Trump como resposta -, as audiências televisivas diminuíram 13% durante a época, de acordo com Michael Nathanson, analista no centro de pesquisa MoffettNathanson. Apesar da quebra no share, 30 segundos de espaço televisivo ao intervalo do jogo custam 5 milhões de dólares (4 milhões de euros). Se juntarmos a isto os custos de produção e publicidade pré-jogo, as empresas desembolsam facilmente 10 milhões de dólares -mais de 8 milhões de euros- para se promoverem durante um evento que, na edição do ano passado, cativou 112 milhões de telespectadores.

Para além dos anúncios e ainda durante o intervalo – que pode durar mais de 30 minutos –, há um espectáculo musical preparado ao detalhe.  Michael Jackson, Madonna e os U2 já passaram pelo palco/relvado do evento. O convidado deste ano, Justin Timberlake, regressa ao Super Bowl após a polémica de 2004, ano em que, durante a actuação na 38.ª edição da final, expôs acidentalmente o seio de Janet Jackson.

Experiência versus ambição 

Por fim, o espectáculo dentro do relvado. De um lado, os New England Patriots, liderados pelo experiente quarterback Tom Brady, que já tem cinco anéis de campeão. Na edição do ano passado os Patriots conseguiram a maior reviravolta de sempre na história do Super Bowl, ao recuperarem de uma desvantagem de 25 pontos, no terceiro período de jogo. No prolongamento, conseguiram vencer os Atlanta Falcons e arrebataram o quinto título. Se os Patriots vencerem a final de domingo, alcançarão os Pittsburgh Steelers, campeões por seis vezes.

Do outro lado estarão os Philadelphia Eagles. A nível de experiência, estas duas equipas não são, de todo, comparáveis. As “águias” terão a sua terceira oportunidade para conquistar o título, não tenho vencido nenhuma das duas finais anteriores. Chris Long, defensive end dos Eagles, em declarações à imprensa americana admitiu que a sua equipa não é favorita. “Temos algo especial, somos um grupo incrível com o mesmo objectivo e estamos todos juntos”, resumiu.

Depois do jogo há a tradicional recepção dos vencedores na Casa Branca. Tom Brady, apoiante confesso de Trump, não terá problemas em visitar novamente o Presidente, ao contrário de Chris Long, que declarou que, caso o triunfo lhe sorria, não comparecerá na recepção. Até porque foi um dos apoiantes de Colin Kaepernick, dos San Francisco 49ers, que ganhou uma projecção mediática acrescida ao ajoelhar-se durante o hino nacional em protesto contra a discriminação racial por parte das forças de autoridade americanas.