Fotografia icónica da Guerra do Vietname foi captada há 50 anos
Trabalho de Eddie Adams mostra execução sumária de um prisioneiro “vietcong” em Saigão
O fotojornalista americano Eddie Adams captou, a 1 de Fevereiro de 1968, uma das fotografias mais icónicas da história. Esta fracção de segundo simboliza o último instante da vida do prisoneiro "vietcong" Nguyen Van Lem, executado sumariamente pelo chefe da polícia sul-vietnamita Nguyen Ngoc Loan.
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O fotojornalista americano Eddie Adams captou, a 1 de Fevereiro de 1968, uma das fotografias mais icónicas da história. Esta fracção de segundo simboliza o último instante da vida do prisoneiro "vietcong" Nguyen Van Lem, executado sumariamente pelo chefe da polícia sul-vietnamita Nguyen Ngoc Loan.
"Pensei que ele ia apenas ameaçar o prisioneiro, por isso, naturalmente, levantei a minha câmara", disse o fotojornalista americano Eddie Adams, após a foto ser transmitida globalmente, como relembra a BBC. Acreditava-se que o prisioneiro tinha assassinado a mulher e os seis filhos de um colega de Loan. Sem julgamento e de forma mecânica, o comandante da polícia apontou a arma à cabeça do homem e disparou.
O momento foi também captado por uma câmara da estação televisiva BBC, mas a fotografia é perene e ficou para sempre na memória de quem a viu. Marcou o mundo em 1968 e teve um papel na descredibilização da guerra junto do público americano, temática retratada no recente filme de Steven Spielberg, The Post. É , até este dia, um dos trabalhos mais reconhecidos e, também, sombrios no fotojornalismo de guerra. A fotografia ficou conhecida como "a execução de Saigão".
Esta imagem teve um grande impacto também para o fotojornalista, que afirmou, numa cerimónia, não se sentir bem por "receber dinheiro por mostrar um homem a matar outro". "Duas vidas estavam a ser destruídas, e eu estava a ser pago por isso. Eu era um herói", ironizou Adams, citado pela estação britânica, ao aceitar um dos muitos prémios que a fotografia lhe trouxe. Entre as 500 distinções conta-se um Pulitzer, recebido em 1969. O fotojornalista acabaria por falecer em 2004.
Diz-se que este momento capturado pelo fotojornalista foi o catalisador que levou ao fim das hostilidades no país, seis anos depois, em 1975.