Greve na TAP foi desconvocada
Tripulantes de cabine cancelaram paralisação prevista para dias 9, 10 e 11 de Fevereiro
Os tripulantes de cabine da TAP já não vão avançar com a greve que estava prevista para os dias 9, 10 e 11 de Fevereiro (período de férias de Carnaval), de acordo com o que foi deliberado esta quinta-feira em assembleia-geral do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC).
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Os tripulantes de cabine da TAP já não vão avançar com a greve que estava prevista para os dias 9, 10 e 11 de Fevereiro (período de férias de Carnaval), de acordo com o que foi deliberado esta quinta-feira em assembleia-geral do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC).
A decisão foi tomada após reuniões entre responsáveis do SNPVAC e da transportadora aérea (liderada deste ontem por Antonoaldo Neves).
Após alguns avanços, e na sequência de uma carta enviada no domingo aos tripulantes pelo ex-presidente executivo, Fernando Pinto, os associados do SNPVAC tinham mantido a greve numa outra assembleia-geral que se realizou na passada segunda-feira, por acharem que posição da TAP ficara “muito aquém das medidas que os tripulantes de cabine consideram razoáveis”. Agora, optaram por desconvocar a greve de Fevereiro, e que sera primeira de várias iniciativas de protesto que estavam programadas.
Luciana Passo, presidente do SNPVAC, afirmou ao PÚBLICO que protocolo agora aprovado pela TAP tem melhores condições face ao anterior (rejeitado na segunda-feira), ligadas à operação dos aviões A330-300. Ao mesmo tempo, diz, "houve também mudanças na administração", com o novo presidente, Antonoaldo Neves (que substitui Fernando Pinto ao fim de 17 anos), a garantir que vai acompanhar directamente o processo.
"Os incumprimentos" ligados à questões laborais "vão passar a ser mitigados a partir de agora", diz Luciana Passo, sublinhando a falta de pessoal da transportadora aérea. Esta responsável destaca também que o sindicato deu "um voto de confiança" no novo presidente executivo que, diz, mostra "uma postura de diálogo e abertura".
Ontem, à entrada da assembleia geral extraordinária que o confirmou como presidente executivo, Antonoaldo Neves já dizia esperar que não houvesse greve. “Anúncios de greve são uma coisa que faz parte de qualquer empresa e só há uma palavra que é possível neste momento que é diálogo”, afirmou o gestor, citado pela Lusa. Para resolver a questão, disse, era preciso “concessão de ambas partes e um trabalho árduo”.
Depois, e sobre a operação da transportadora, destacou a necessidade de “melhorar o serviço ao cliente”, e, ainda de acordo com a Lusa, mencionou as “restrições severas” do aeroporto de Lisboa, que prejudicam a pontualidade. “Precisamos de melhorar a pontualidade. Estamos numa pontualidade que diria que é mediana. A TAP precisa e tem de ser das empresas mais pontuais do mundo”, afirmou o gestor.
Esta quinta-feira, e depois do anúncio da desconvocação da greve, Antonoaldo Neves enviou uma carta aos trabalhadores da TAP onde diz ter recebido a notícia "com grande satisfação". "Tal como afirmei ontem", afirma, "acredito profundamente no diálogo como força construtiva de entendimentos e de soluções que sejam melhores para todos".
Destacando que o "gesto dos tripulantes" é visto como um voto de confiança - "a mesma que deposito em todos vós", diz aos funcionários -, O gestor frisa que a empresa pode agora "cumprir com todos aqueles que confiaram na companhia para fazerem as suas viagens e preservar a sua, nossa, imagem".