Melhor do mundo incita a que se passe das palavras aos actos
Uma presença no pódio parece ser o mínimo a que a selecção de Portugal aspira no Campeonato da Europa, na Eslovénia.
Portugal entra hoje em acção no UEFA Futsal Euro2018 decidido a não cometer o mesmo erro de 2016, na Sérvia, até para evitar novo choque com os heptacampeões (Espanha) logo nos quartos-de-final, assumindo, apesar dos receios naturais, a ambição de repetir, na Eslovénia, a presença na única final em que participou, em 2010.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Portugal entra hoje em acção no UEFA Futsal Euro2018 decidido a não cometer o mesmo erro de 2016, na Sérvia, até para evitar novo choque com os heptacampeões (Espanha) logo nos quartos-de-final, assumindo, apesar dos receios naturais, a ambição de repetir, na Eslovénia, a presença na única final em que participou, em 2010.
Candidato assumido à vitória do Grupo C, Portugal reencontra já esta tarde, às 17 horas, no Stozice Arena — palco de todos os jogos do torneio — a “repescada” (graças a um golo de diferença) Roménia, adversário da fase de qualificação que a equipa das quinas venceu por 4-0.
Com apenas três participações em Europeus, os romenos alcançaram em 2012 e 2014 os quartos-de-final... o que lhes confere uma inegável resiliência, característica a que Portugal estará especialmente atento, sem desprezar o desnível bem patente no registo de duelos particulares: Portugal venceu quatro confrontos e empatou um, com um saldo de 20-4 em golos, com a particularidade de em 2007 ter conseguido o apuramento à custa da Roménia.
O seleccionador nacional, Jorge Braz, já reconheceu a importância de vencer o grupo que integra a Ucrânia, selecção com nove presenças em Europeus (mais uma do que Portugal) e que marcou lugar em duas finais (2001 e 2003), surgindo na Eslovénia com índices de motivação escorados num apuramento imaculado, só com vitórias, à imagem do conseguido por Portugal.
Sem estrelas da magnitude de Ricardinho, os disciplinadíssimos e inesgotáveis ucranianos (quartos do ranking europeu) poderão, a 4 de Fevereiro, no último jogo do grupo, converter-se no passaporte de Portugal para os “quartos”. Nessa fase, em teoria, o adversário poderá ser o Azerbaijão, cenário proposto pela supremacia incontestável dos espanhóis e pela incipiência de uma França estreante.
Mas para sustentar esta crença que emerge à medida que se aproxima a hora da estreia no torneio, não basta o estatuto de terceiro do ranking no panorama europeu. Os recentes empates com Tailândia (1-1) e Marrocos (2-2) deixam Portugal de sobreaviso, sem, contudo, beliscar minimamente a confiança de Ricardinho e companhia, numa competição que arrancou, ontem, em Ljubljanana, e consagrará o novo campeão europeu a 10 de Fevereiro.
Uma confiança inegavelmente construída à volta do melhor jogador do mundo, que acaba de estabelecer um recorde absoluto ao ser coroado a nível planetário pela quinta vez — quarta consecutiva —, superando o mítico Falcão.
Mas também um “saber” feito e assente na experiência de um núcleo que já saboreou a tal final de há oito anos, com Bebé, João Matos e Pedro Cary a darem o toque essencial para que Portugal possa superar os fantasmas a este nível.
Jorge Braz tem insistido na ideia de que não faz sentido que Portugal, enquanto terceira melhor selecção europeia, não esteja no pódio do Stozice Arena. Uma tese que o seleccionador nacional tentará fazer vingar, apesar da ausência de Fernando Cardinal, a recuperar de lesão num joelho, rendido por Tunha (Belenenses).
O lote de convocados escolhido por Jorge Braz é uma combinação de atletas novos e ambiciosos com futsalistas que atingiram um certo estado de maturidade, o que poderá ser importante para a tal ida ao pódio, objectivo declarado.
“Podemos não ser favoritos, mas somos seguramente candidatos”, assumiu o seleccionador, numa afirmação corroborada por Ricardinho, a quem falta (tal como sucedido com Cristiano Ronaldo na selecção nacional de futebol antes do Europeu de França) uma conquista com a camisola das quinas.
“Temos que passar das palavras aos actos!”, vinca Ricardinho, preparado para rectificar os equívocos do último Europeu, que colocou Portugal em rota de colisão com os actuais campeões. “Queremos chegar longe”, avisa o ala português, autor de nada menos do que 15 golos em fases finais de Campeonatos da Europa da modalidade.