Padre Roberto Sousa chega a acordo com pároco Abel Maia e não é julgado por difamação
Em 2014, o padre Roberto Sousa acusou o sacerdote Abel Maia de abusar sexualmente de um menor, denúncia que fez através de uma carta enviada ao falecido bispo do Porto, António Francisco dos Santos.
Roberto Sousa, ex-pároco de Canelas, Vila Nova de Gaia, que ia começar esta segunda-feira a ser julgado por difamar um antigo sacerdote de Fafe, acordou com este fazer um pedido de desculpa público, pelo que o julgamento ficou sem efeito.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Roberto Sousa, ex-pároco de Canelas, Vila Nova de Gaia, que ia começar esta segunda-feira a ser julgado por difamar um antigo sacerdote de Fafe, acordou com este fazer um pedido de desculpa público, pelo que o julgamento ficou sem efeito.
Os dois padres chegaram esta segunda-feira a um acordo, que pressupõe a publicação de um pedido de desculpa público em dois órgãos de Comunicação Social, nomeadamente nos diários Jornal de Notícias (JN) e Correio da Manhã (CM) pelo padre Roberto Sousa, depois de em 2014 acusar o pároco Abel Maia de abusar sexualmente de um menor, anunciaram os seus advogados, à saída do Tribunal do Bolhão, no Porto, para onde estava agendado o julgamento, que acabou por não se realizar devido ao acordo feito.
"Fez-se um entendimento entre duas pessoas de bem, dois padres que, efectivamente, perceberam que o que estava em causa era uma questão de mal-entendido, o meu constituinte reconheceu que uma das iniciativas que tomou, enviar uma carta ao bispo do Porto a acusar o padre Abel Maia, foi um acto imponderado", disse o advogado do sacerdote Roberto, Armandino Lopes.
O causídico referiu que o padre Roberto manifesta "total solidariedade" ao sacerdote Abel Maia, lamentando o transtorno causado a si, à sua família, aos seus amigos e às paróquias por onde passou.
Por seu lado, o advogado do pároco Abel Maia, Nélson Domingues, adiantou que os dois tiveram uma "conversa franca" que permitiu "encerrar" este assunto.
"Tanto um como outro deram um exemplo, tal como dois padres devem fazer", afirmou.
Em declarações aos jornalistas, o padre Abel Maia adiantou que o seu nome "andou na lama" quatro anos, mas agora a verdade foi resposta. "Claro que perdoo, se perdoo toda a gente, não ia agora perdoar um padre", frisou.
O sacerdote vincou que se não fosse a sua família, amigos, fé e paz interior, após estes "quatro anos de sofrimento" estaria num "manicómio ou num hospital com uma depressão".
Caso foi arquivado
Questionado porque é que não resolveram esta situação antes, deixando-a chegar a tribunal, Abel Maia explicou que o padre Roberto Sousa "nunca" foi ter com ele e "nunca" tentou falar com ele.
EM 2014, o padre Roberto Sousa acusou o sacerdote Abel Maia de abusar sexualmente de um menor, denúncia que fez através de uma carta enviada ao falecido bispo do Porto, António Francisco dos Santos.
O bispo decidiu então remeter a carta para o Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) do Porto e, após investigação por parte do Ministério Público (MP), o caso foi arquivado.