Programa abriu “debate que nunca foi feito”, diz Júlia Pinheiro
Directora de programas da SIC defendeu programa polémico, garantindo que existiu uma intenção "puramente social e pedagógica”.
A directora de programas da SIC, Júlia Pinheiro, defendeu nesta segunda-feira o polémico Supernanny, afirmando que este formato contribuiu para que fosse aberto “um debate que nunca foi feito” em Portugal. A forma como as famílias são retratadas, disse ainda, é a correcta.
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A directora de programas da SIC, Júlia Pinheiro, defendeu nesta segunda-feira o polémico Supernanny, afirmando que este formato contribuiu para que fosse aberto “um debate que nunca foi feito” em Portugal. A forma como as famílias são retratadas, disse ainda, é a correcta.
A intervenção de Júlia Pinheiro foi realizada num debate transmitido pela SIC na noite desta segunda-feira e que contou com a presença a presidente da Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Protecção das Crianças e Jovens (CNPDPCJ), Rosário Farmhouse, e de Dulce Rocha, do Instituto de Apoio à Criança, duas instituições que se manifestaram contra o formato de Supernanny desde que o primeiro episódio foi transmitido. Neste domingo foi exibido o segundo episódio, que foi o programa de televisão mais visto nesse dia.
Durante o debate, a psicóloga Teresa Paula Marques, que encarna a "supernanny", defendeu também que a polémica e as reacções que o programa suscitou “só confirmam a necessidade de discutir as relações entre pais e filhos”, apelando a que se olhe para “o lado pedagógico” da produção.
Júlia Pinheiro garantiu, por sua vez, que os pais das crianças que protagonizam o programa “foram devidamente alertados” para as características de Supernanny e que “visionaram os programas internacionais”. “Há aqui uma intenção puramente social e pedagógica”, disse. A directora de programas do canal sublinhou que não existe qualquer tipo de encenação e que as imagens transmitidas sofrem “uma edição muito cuidadosa”.
Por seu turno, tanto Rosário Farhmouse como Dulce Rocha criticaram a exposição das crianças. A presidente da CNPDPCJ confirmou que recebeu queixas de familiares próximos das crianças retratadas e que os pais da criança que protagonizou o primeiro episódio ficaram “preocupados” com as consequências da exposição da filha.
Do painel deste debate fazia parte também a psicóloga Cristina Valente, que reconheceu o mérito de Supernanny ao “colocar no panorama português pela primeira vez a temática da parentalidade”.
O primeiro episódio do programa da SIC originou várias queixas à CNPDPCJ, à Entidade Reguladora para a Comunicação Social e à Ordem dos Psicólogos e críticas por parte da Unicef e do Instituto de Apoio à Criança. Os pais da criança protagonista do primeiro episódio foram também ouvidos pela Comissão de Protecção de Crianças e Jovens da sua área de residência.