População de Pequim caiu pela primeira vez em 17 anos
A capital chinesa perdeu 22 mil habitantes, durante 2017, uma queda homóloga de 0,1%. O objectivo é limitar o número de residentes a 23 milhões.
A população de Pequim, uma das metrópoles mais populosas do mundo, caiu em 2017, pela primeira vez em 17 anos, como resultado do esforço para deslocar para fora da cidade indústria e serviços considerados não essenciais.
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A população de Pequim, uma das metrópoles mais populosas do mundo, caiu em 2017, pela primeira vez em 17 anos, como resultado do esforço para deslocar para fora da cidade indústria e serviços considerados não essenciais.
Segundo o jornal chinês China Daily, que cita o Gabinete de Estatísticas de Pequim, a capital chinesa perdeu 22 mil habitantes, durante 2017, uma queda homóloga de 0,1%. Sede de um município com cerca de metade do tamanho da Bélgica, Pequim tinha no final do ano passado 21,7 milhões de habitantes.
"À medida que a diferença no nível de desenvolvimento entre as áreas urbanas e rurais se tem vindo a reduzir, face ao processo contínuo de urbanização, algumas áreas têm assistido ao retorno de pessoas que viviam nas grandes cidades", afirmou a porta-voz das Estatísticas Pang Jiangqian, citada pelo China Daily. Pang acrescentou que a capital chinesa tem deslocado para fora da cidade funções consideradas não essenciais, incluindo indústria manufatureira, logística ou mercados por grosso.
Em 2015, o Governo chinês anunciou a criação de um gigantesco centro urbano, designado Jing-Jin-Ji, com 110 milhões de habitantes, que incluirá as cidades de Pequim e Tianjin e a província de Hebei. O plano inclui a modernização do sistema de transportes, de forma a permitir a rápida circulação num centro urbano que terá mais do dobro da dimensão de Portugal continental.
Novas linhas de metro, algumas com uma extensão superior a 60 quilómetros, e nove linhas ferroviárias, com uma extensão combinada de 1100 quilómetros, deverão estar concluídas até 2020. As autoridades chinesas estão ainda a oferecer incentivos fiscais às empresas e subsídios aos trabalhadores que se queiram estabelecer em Tianjin ou Hebei.
Nos últimos meses, o Governo de Pequim expulsou ainda dezenas de milhares de trabalhadores migrantes das suas casas nos subúrbios da cidade, numa campanha contra construções ilegais que mereceu críticas por parte de defensores dos direitos humanos. Uma petição assinada por mais de cem académicos, advogados e artistas chineses lembrou que "o desenvolvimento de Pequim é não só fruto do trabalho árduo dos seus cidadãos, mas também do sacrifício e contribuição de pessoas de outras partes do país".
As autoridades da capital chinesa querem combater a sobrelotação e limitar o número de residentes a 23 milhões.