Qual destes parques quer ver na Praça de Espanha?

Está prevista uma transformação radical de uma das zonas mais movimentadas da cidade. Os lisboetas têm mais uma semana para dizer de sua justiça.

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Se vive em Lisboa, já só tem uma semana para dizer o que pensa sobre as propostas para o parque urbano que vai nascer na Praça de Espanha. Os nove projectos estão em exposição na Fundação Calouste Gulbenkian até 29 de Janeiro, data em que se encerra a consulta pública destinada a recolher sugestões e críticas dos cidadãos.

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Se vive em Lisboa, já só tem uma semana para dizer o que pensa sobre as propostas para o parque urbano que vai nascer na Praça de Espanha. Os nove projectos estão em exposição na Fundação Calouste Gulbenkian até 29 de Janeiro, data em que se encerra a consulta pública destinada a recolher sugestões e críticas dos cidadãos.

Deste lote de projectos, que já passaram por um primeiro concurso de ideias, sairá o vencedor, após novo concurso, para o qual se espera que os arquitectos levem propostas que já contemplem as sugestões dos lisboetas. A transformação da Praça de Espanha deve começar no início de 2019, prometeu o vereador do Urbanismo a meio de Dezembro. “Este local é de tal modo importante que nos parece que se justifica plenamente esta metodologia”, afirmou Manuel Salgado na apresentação pública da exposição.

A praça vai deixar de ser uma grande rotunda atravessada ao meio por uma avenida. Essas faixas centrais vão desaparecer, bem como o terminal rodoviário situado entre a o espaço da companhia de teatro A Comuna e a Avenida Columbano Bordalo Pinheiro. A ligação rodoviária directa entre essa artéria e a Avenida Calouste Gulbenkian também vai deixar de existir. Em vez disso, surgirão dois grandes cruzamentos nos topos da praça: um nas avenidas dos Combatentes e Santos Dumont; outro nas avenidas António Augusto de Aguiar e de Berna.

As alterações viárias já estão decididas, embora sejam motivo de preocupação para os moradores da zona e automobilistas. Até porque a Praça de Espanha vai em breve receber pelo menos três novos grandes empreendimentos (edifícios de escritórios e o alargamento do Instituto Português de Oncologia), o que vai levar a um aumento da procura daquela zona.

O que falta decidir é a forma que vai ter o parque, onde a água será um elemento “fundamental”, disse Salgado em Dezembro. Quase todas as propostas contemplam a existência de lagos ou cursos de água.

O projecto do consórcio Machado e Braga Macedo Arquitectos, denominado “Arte à Parque”, prevê a criação de dois palcos no futuro jardim, que funcionariam também como bacias de retenção de água. Quando chove intensamente, a Praça de Espanha é um dos locais mais martirizados da cidade, sendo frequentes as cheias.

Já a equipa dos ateliês Ventura Trindade e Baldios apostou no desenho de um pequeno vale e num sistema de clareiras e pequenos lagos que, complementados com açudes, servem para ajudar a reter a água da chuva. É também o que se propõe fazer o ateliê Beco da Bela Vista, que além disso apresenta uma ideia nova para Portugal: uma passadeira diagonal entre a Gulbenkian e o parque.

O arquitecto Sérgio Miguel da Silva Godinho apresenta um projecto inspirado numa obra de arte que viu em Nova Iorque. “Uma peça muito abstracta que vai ser a matriz do parque”, disse, em Dezembro, na Gulbenkian.

José Adrião, por seu turno, defende a manutenção das árvores existentes e a criação de amplos espaços relvados. “Desde o início que considerámos que o tecido arbóreo era uma enorme mais-valia e que se devia manter”, disse o arquitecto na apresentação do seu projecto, cujo relvado central, mais ou menos correspondente à área da rotunda hoje existente, poderá “acolher grandes eventos”.

Este artigo, como os medicamentos, não dispensa a análise detalhada das propostas em concurso. As críticas e elogios podem ser deixados no site www.lisboaparticipa.pt.