Um destes cantores representará Portugal na Eurovisão
Os candidatos à vitória no Festival da Canção, sucedendo a Salvador Sobral, foram apresentados esta quinta-feira. Entre eles há repetentes, como José Cid e Anabela, e outros nomes conhecidos, como JP Simões, Sequin ou Diogo Piçarra.
No segundo round do seu esforço da renovação, o Festival da Canção, que em 2017 ganhou um fôlego extra com a vitória de Salvador Sobral na Eurovisão, terá mais canções e irá abrir-se ao mundo da lusofonia. Já se conhecia a identidade dos compositores, mas esta quinta-feira, numa conferência de imprensa no Beato, em Lisboa, foram revelados os intérpretes de cada um dos 26 temas, além dos membros do júri e dos apresentadores das cerimónias.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
No segundo round do seu esforço da renovação, o Festival da Canção, que em 2017 ganhou um fôlego extra com a vitória de Salvador Sobral na Eurovisão, terá mais canções e irá abrir-se ao mundo da lusofonia. Já se conhecia a identidade dos compositores, mas esta quinta-feira, numa conferência de imprensa no Beato, em Lisboa, foram revelados os intérpretes de cada um dos 26 temas, além dos membros do júri e dos apresentadores das cerimónias.
Na primeira semifinal, marcada para 18 de Fevereiro, actuarão, sem ainda haver ordem definida para nenhuma das etapas, 13 intérpretes. Peu Madureira, fadista, cantará Só por ela, do produtor Diogo Clemente, a também realizadora Joana Barra Vaz será a voz de Anda Estragar-me os planos, de Francisca Cortesão (Minta & The Brook Trout), e Afonso Cabral, dos You Can’t Win, Charlie Brown, normalmente dados ao inglês. Bruno Vasconcelos, do duo Ultraleve, defenderá Austrália, de Nuno Rafael, com letra de Samuel Úria, enquanto Maria Amaral, que passou pelo concurso The Voice Portugal, interpreta A mesma canção, de Paulo Praça.
Catarina Miranda, que faz música como emmy curl, será a intérprete de Para não sorrir eu não preciso de nada, do pianista Júlio Resende, colaborador assíduo de Salvador Sobral. Há outros artistas dessa semifinal que, tal como Resende, estão associados ao jazz. Beatriz Pessoa, que une esse universo ao da pop, foi a escolhida pela brasileira Mallu Magalhães para Eu te amo. Joana Espadinha, que também se move por esses terrenos, dará voz a Zero a zero, de Luís Nunes, ou Benjamim.
Muitos destes nomes já participaram antes, e entre eles há nomes históricos. Anabela, por exemplo, que foi à Eurovisão com A cidade (Até ser dia) em 1993, cantará Para te dar abrigo, de Fernando Tordo, que ganhou em 1973 com Tourada, e com letra de Tiago Torres da Silva, que também já escreveu para o festival. Jorge Palma, que em 1975 compôs e interpretou duas canções, escreveu Sem medo para Rui David. José Cid, nome histórico do concurso, juntará em O som da guitarra é a alma de um povo a sua voz à do sobrinho Gonçalo Tavares, que em 1988 defendeu, como José Gonçalo, Cai neve em Nova York.
Janeiro, escolhido por Salvador Sobral, será o intérprete da sua própria (Sem título). É o que farão JP Simões com Alvoroço, e Rita Dias, vencedora de uma candidatura espontânea da Antena 1, no caso de Com gosto amigo.
Já na segunda eliminatória, no dia 25 do mesmo mês, a portuguesa com um pé na América Latina Susana Travassos vai defender Mensageira, da angolana Aline Frazão, enquanto Armando Teixeira escolheu Lili, colaboradora de sempre e parte dos seus Bulllet, para O voo das cegonhas. Sequin, o nome sob o qual Ana Miró lança música, irá cantar All over again, composição de Bruno Cardoso, ou Xinobi. Será uma das duas canções com nome inglês do festival; a outra é Sunset, de Peter Serrado, canadiano luso-descendente que interpretará o seu próprio tema, tal como Diogo Piçarra e a sua Canção do fim e Daniela Onís, vencedora do concurso masterclass da Antena 1, com Pra lá do rio. A rapper Capicua escreveu, com a banda que a acompanha, Sobre nós, um tema soul com base hip-hop para Tamin, voz dos Cais do Sodré Funk Connection.
Francisco Rebelo, o baixista de grupos como Cool Hipnoise ou Orelha Negra, convidou David Pessoa, dado à pop e à soul, e seu colaborador nos Cais do Sodré Funk Connection, para Amor veloz, enquanto Isaura foi buscar Cláudia Pascoal, que concorreu a The Voice Portugal, para O jardim. João Afonso pegou em Rita Ruivo, com experiência no fado e na música tradicional, para Anda daí, enquanto Miguel Ângelo escolheu Dora Fidalgo, que nos anos 1990 cantou ao lado dele nos Delfins (antes, em 1985, a banda tinha ido ao festival) para Arco-Íris (Assim cantou Zaratustra). O angolano Paulo Flores convidou Minnie e Rhayra para Patati Patata e o cabo-verdiano Tito Paris recorreu, em Bandeira azul, a Maria Inês Paris, que é sua sobrinha e fez-se notar também em The Voice Portugal.
No júri, mantém-se Júlio Isidro como presidente. Os outros jurados serão as cantoras Ana Bacalhau, dos agora pausados Deolinda, Luísa Sobral, que escreveu Amar pelos dois, a canção vencedora do ano passado, e Sara Tavares, que foi à Eurovisão em 1994 com Chamar a música, a radialista Ana Markl, o rapper Carlão, o jornalista do PÚBLICO Mário Lopes, o músico e escritor António Avelar de Pinho, da Banda do Casaco, e Tozé Brito, dois nomes que escreveram para as Doce, outras históricas participantes do festival.
Ambas as semifinais serão apresentadas por nomes da RTP: na primeira, estará a dupla Jorge Gabriel e José Carlos Malato, na segunda Sónia Araújo e Tânia Ribas de Oliveira. Filomena Cautela e Pedro Fernandes serão os anfitriões da final, enquanto Inês Lopes Gonçalves estará com os músicos nos bastidores.
Haverá também homenagens a figuras que fizeram o festival. João Pedro Coimbra, dos Mesa, e Nuno Figueiredo, dos duos Virgem Suta e Ultraleve, vão honrar Carlos Paião, enquanto Moullinex fará o mesmo com as Doce. Caberá também a Nuno Feist fazer um tributo a Simone de Oliveira.