Aberto concurso para três vagas de vigilantes no Museu Nacional de Arte Antiga
A instituição debate-se há anos com um problema de falta de funcionários. No Verão passado, chegou a ter de encerrar mais de 80% das suas salas ao fim-de-semana.
A abertura do concurso para três postos de trabalho no Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), na modalidade de contrato por tempo indeterminado na carreira de "assistente técnico", foi publicada esta terça-feira em Diário da República.
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A abertura do concurso para três postos de trabalho no Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), na modalidade de contrato por tempo indeterminado na carreira de "assistente técnico", foi publicada esta terça-feira em Diário da República.
A falta de vigilantes no MNAA, em Lisboa, tem sido uma constante nos últimos anos, tendo a instituição chegado a encerrar salas, no Verão passado, para garantir a segurança das obras expostas. Na altura, chegaram a estar vedadas aos visitantes mais de 80% das salas, incluindo aquela onde se encontra uma das jóias do museu, os Painéis de São Vicente.
Em declarações por escrito, à agência Lusa, o director do MNAA, António Filipe Pimentel, afirma que se "trata de novo concurso e nos mesmos termos (mobilidade interna na função pública)" do "que foi aberto em 2016 e, entretanto, ficou deserto, por sucessiva desistência ou transferência dos candidatos seleccionados".
"Neste contexto, a situação [de falta de vigilantes para as salas do museu] mantém-se sem alteração", sublinha.
No passado mês de Novembro, o director do MNAA disse à Lusa que iam ser substituídos quatro vigilantes e que o museu ia ficar com um total de 16, para uma instituição que "deveria ter 30 a 35".
Sobre as zonas expositivas que são mais afectadas com esta falta de pessoal, o director do museu explicou que "são sempre mais preservadas as salas onde estão a pintura e escultura portuguesas", enquanto "as de mobiliário português e presépios [são] as mais encerradas". "Com as folgas, os turnos e um quadro de recursos humanos envelhecido, o museu continua a viver uma situação altamente preocupante e insuficiente. É preciso fazer uma gestão diária muito difícil", alertou.
Os funcionários a contratar agora por tempo indeterminado exercerão "funções na área de atendimento, vigilância, bilheteira, [e] loja". Os candidatos devem ter "robustez física e perfil psíquico indispensáveis ao exercício de funções" e o 12.º ano de escolaridade, "não sendo admitida a possibilidade de substituição do nível habilitacional por formação ou experiência profissional". A candidatura deve ser apresentada dentro dos próximos dez dias.
O MNAA, que é o segundo museu mais visitado do país, atrás do Museu Nacional dos Coches, foi criado em 1884, e acolhe a mais relevante colecção pública de arte antiga do país, de pintura, escultura, ourivesaria, artes decorativas portuguesas europeias e da expansão marítima portuguesa, desde a Idade Média até ao século XIX. É um dos museus portugueses com maior número de obras classificadas como tesouros nacionais. Além dos Painéis de São Vicente, de Nuno Gonçalves, o seu acervo integra ainda a Custódia de Belém, de Gil Vicente, datada de 1506, e Biombos Namban do final do século XVI, que registam a presença dos portugueses no Japão.
Hieronymous Bosch, Albrecht Dürer, Piero della Francesca, Hans Holbein, o Velho, Pieter Bruegel, o jovem, Pieter de Hooch, Lucas Cranach, Hans Memling, Jan Steen, van Dyck, Giordano, Zurbarán, Murillo, Ribera, Poussin, Tiepolo, Fragonard são apenas alguns dos mestres europeus representados na colecção do MNAA.
Em 2017, o museu teve 212.669 visitantes, mais 21,1% do que no ano anterior.
Notícia actualizada às 19h17 com declarações do director do Museu Nacional de Arte Antiga, António Filipe Pimentel