União das Misericórdias quer posição do Banco de Portugal sobre entrada no Montepio
O presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) defendeu hoje, em Lisboa, uma tomada de posição do Banco de Portugal sobre a entrada de entidades do sector social no capital da Caixa Económica Montepio Geral (CEMG).
“A existência de um banco de economia social é uma velha ambição de todo o sector social e solidário”, declarou aos jornalistas o presidente da UMP, Manuel de Lemos, à margem de uma cerimónia com várias Misericórdias do país, que decorreu em Lisboa.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
“A existência de um banco de economia social é uma velha ambição de todo o sector social e solidário”, declarou aos jornalistas o presidente da UMP, Manuel de Lemos, à margem de uma cerimónia com várias Misericórdias do país, que decorreu em Lisboa.
Na perspectiva do representante das Misericórdias, a decisão de entrar no Montepio tem que “ter por base estudos sérios, concretos e seguros”.
“Quando nos foi posta a hipótese de começarmos a dar passos no sentido de criar um banco de economia social em Portugal, naturalmente que nós manifestamos a disponibilidade para isso”, afirmou Manuel de Lemos, explicando que está à espera do resultado dos estudos para tomar uma decisão.
Além dos estudos, o presidente da UMP propôs que “o Banco de Portugal tome uma posição sobre essa matéria”.
Questionado sobre se faz sentido as Misericórdias investirem no sector financeiro, tendo em conta que é um sector tão volátil, Manuel de Lemos lembrou que “hoje o maior banco dos Açores é a Caixa Económica da Santa Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo”.
A 7 de Janeiro, em entrevista à Antena 1, o ministro do Trabalho disse ter sido ideia do ex-provedor da SCML Pedro Santana Lopes o envolvimento da Santa Casa no sector financeiro, enquanto a hipótese de investimento no Montepio foi colocada pelo Governo.
Quanto a críticas feitas ao envolvimento do sector social no financeiro, Vieira da Silva falou em “profundo desconhecimento da realidade”, porque em “toda a Europa existem instituições financeiras do sector social”.
A CEMG, detida na totalidade pela Associação Mutualista Montepio Geral, está num período de mudança dos estatutos e mesmo da sua equipa de gestão, tendo a Associação Mutualista anunciado a entrada de Nuno Mota Pinto para presidente do banco, lugar ainda ocupado por Félix Morgado.