Plataforma de Apoio quer acolher mil refugiados que venham de campos fora da UE
O novo programa da Comissão Europeia pretende recolocar 50 mil refugiados.
A Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR) quer acolher em Portugal 1000 refugiados provenientes de países externos ao espaço da União Europeia (UE), na sequência da intenção anunciada pelo Governo de aderir a um novo programa de relocalização de refugiados.
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A Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR) quer acolher em Portugal 1000 refugiados provenientes de países externos ao espaço da União Europeia (UE), na sequência da intenção anunciada pelo Governo de aderir a um novo programa de relocalização de refugiados.
“[Em 2018] Vamos considerar até o acolhimento de famílias de refugiados vindos de outros contextos. Temos estado muito concentrados no programa de recolocação a partir da Grécia, mas queremos poder acompanhar o esforço do Estado português e acolher refugiados integrados nos programas de reinstalação da UE, nos quais Portugal já indicou que iria participar”, disse à agência Lusa o coordenador da PAR, Rui Marques.
A PAR realiza esta quarta-feira a sua assembleia-geral, na qual apresenta o Relatório de Actividades 2017 e lança o plano para 2018. Será nessa reunião magna, disse Rui Marques, que a plataforma que reúne associações da sociedade civil anunciará que a sua “determinação (...) irá continuar, consolidar-se e responder a este problema”.
O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, anunciou no final de Novembro que Portugal está disponível para acolher 1010 refugiados a partir da Turquia e de outros países terceiros, ao abrigo de um novo programa de reinstalação da União Europeia (UE). O novo programa, disse o ministro, foi decidido pela Comissão Europeia e visa reinstalar 50 mil pessoas em toda a UE.
Rui Marques afirmou que, para 2018, será esse o caminho a seguir por parte da PAR. “Estaremos sempre ao lado do Estado Português se for esse o caminho (...) para acolher outras nacionalidades, caso dos afegãos já em contexto europeu, como na Grécia, mas também nos programas de reinstalação a partir de fora do espaço europeu”, disse. Em causa, disse, estão refugiados que se encontram actualmente em campos na Turquia, na Jordânia, no Egipto e também no Líbano.
Rui Marques fez um balanço “muito positivo” da primeira etapa do programa de recolocação de refugiados, durante o qual Portugal recebeu “cerca de 1600 pessoas”. “Deste total, 650 estiveram nas instituições da PAR. E, deste universo, cerca de metade permanece no programa, os outros já se tornaram autónomos e seguiram a sua vida”, explicou o coordenador.
“Temos, portanto, cerca de 340 pessoas no programa [41 famílias], em fase decrescente. Porque a partir de agora e ao longo dos próximos meses, vão chegando ao final estes períodos de apoio. Trata-se de apoios transitórios, por dois anos, e depois as pessoas seguem a sua vida”, concluiu. Das 41 famílias ainda no programa, "só oito é que não têm pelo menos um membro da família a trabalhar” e todas as crianças em idade escolar estão integradas nos sistemas educativo e de saúde.
Rui Marques considera que esse êxito traz mais responsabilidades a Portugal. “Ter sido um dos países que disse ‘sim’, saber estar presente e dar respostas a esta crise dos refugiados não pode ser um episódio. Não pode ser um ponto, mas sim uma linha. E se Portugal se portou muito bem nestes últimos anos, tem hoje a grande responsabilidade de não baixar os braços no apoio aos refugiados”, sublinhou.