Vaticano assume controlo de organização católica envolvida em abusos sexuais
Medida surgiu por ordem directa do Papa Francisco. Vaticano assume assim a administração da Sodalitium Christianae Vitae, cujo fundador é acusado de abusos sexuais a menores e membros do grupo.
O Vaticano assumiu, por ordem do Papa, o controlo de uma organização católica de elite no Peru, cujo fundador está a ser acusado de abusar sexual e fisicamente de menores e de elementos adultos do grupo. A medida foi revelada pelo Vaticano nesta quarta-feira e surge, nota a Reuters, semanas antes da visita de Francisco ao Peru e ao Chile.
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O Vaticano assumiu, por ordem do Papa, o controlo de uma organização católica de elite no Peru, cujo fundador está a ser acusado de abusar sexual e fisicamente de menores e de elementos adultos do grupo. A medida foi revelada pelo Vaticano nesta quarta-feira e surge, nota a Reuters, semanas antes da visita de Francisco ao Peru e ao Chile.
Esta organização, a Sodalitium Christianae Vitae (SCV) — em português, Sodalício de Vida Cristã —, foi fundada em 1971 por um leigo, Luis Figari, agora acusado de abusos sexuais contra19 menores e dez adultos.
Figari, que sempre negou as acusações, vai a julgamento no final deste ano no Peru.
Um relatório interno da SCV concluiu que Figari, que dirigiu a organização até 2010, e três outros altos responsáveis da organização, abusaram de 19 menores e dez adultos. O documento, que foi divulgado online com data de Fevereiro de 2017, descreve o fundador da SCV como um líder carismático mas autoritário, que humilhava publicamente os outros para os controlar.
As autoridades peruanas abriram uma investigação ao caso em 2015, depois da publicação de um livro escrito pelos jornalistas Pao Ugaz e Pedro Salinas, onde se descre os abusos cometidos no seio da SCV. Salinas foi membro da Sodalitium, cuja lista de membros inclui empresários, escritores e políticos peruanos.
O comunicado divulgado pelo Vaticano diz que o Papa tem acompanhado a situação da SCV com “muita preocupação” durante os últimos anos e que tomou medidas “depois de uma análise detalhada de toda a documentação”. O Vaticano, que reconheceu oficialmente a organização apenas em 1997, nomeou o bispo colombiano Noel Antonio Londono Buitrago como administrador da organização.