Provedor da Santa Casa diz que “nada está decidido” sobre entrada no Montepio

Edmundo Martinho está a ser ouvido na Comissão de Trabalho e Segurança Social nesta quarta-feira.

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O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa disse nesta quarta-feira que “ainda nada está decidido” sobre a entrada no capital do Montepio e que decorre o processo de avaliação do investimento, mas que espera que haja uma decisão para breve.

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O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa disse nesta quarta-feira que “ainda nada está decidido” sobre a entrada no capital do Montepio e que decorre o processo de avaliação do investimento, mas que espera que haja uma decisão para breve.

“Há todo um conjunto de cautelas que se mantêm de pé. Continua o processo de avaliação, não há nenhum valor. O único limite é 10% do capital”, disse Edmundo Martinho, no Parlamento, em audição perante os deputados da Comissão de Trabalho e Segurança Social.

O responsável da Santa Casa, que substituiu Santana Lopes após a saída do agora candidato à liderança do PSD, reiterou que neste processo “ainda não está nada decidido”, mas afirmou que, a concretizar-se, significará a “oportunidade” de ajudar a reforçar o sector da economia social, através de um banco do sector.

Para Edmundo Martinho, é importante que haja uma decisão para breve, qualquer que seja, de preferência até finais de Janeiro.

Edmundo Martinho disse ainda que, a concretizar-se o investimento, a SCML passará a ter presença nos órgãos de gestão do banco Montepio. Sobre o estudo financeiro que está a decorrer, disse que não se trata de uma auditoria ao Montepio, uma vez que não cabe à SCML fazer isso, mas uma “avaliação financeira e autónoma da Caixa Económica” para perceber o “valor do banco”.

O próprio Edmundo Martinho declarou, em entrevista ao PÚBLICO publicada a 6 de Dezembro, que “o limiar máximo do investimento não ultrapassará os 200 milhões de euros” e que, apesar de indefinido na altura, a percentagem de capital a deter “será até 10%”. O que, a concretizar-se nestes termos, valoriza o banco em cerca de 2000 milhões de euros, o que ultrapassa a avaliação que o mercado bolsista faz esta quarta-feira do BPI (cuja capitalização bolsista é, nesta altura, de 1870 mil milhões de euros).

Edmundo Martinho disse que este valor não está definido e que o que há é a definição de um limite máximo de participação da SCML no sector financeiro, que advém de um parecer interno feito em 2016, quando houve um estudo para eventual investimento no Novo Banco.

A audição do provedor da SCML foi aprovada por unanimidade entre todos os grupos parlamentares, após requerimento do CDS-PP, depois de a eventual entrada no capital do Montepio ter sido muito falada nas últimas semanas.

No domingo, em entrevista à Antena 1, o ministro do Trabalho disse ter sido ideia de Pedro Santana Lopes o envolvimento da Santa Casa no sector financeiro, enquanto a hipótese de investimento no Montepio foi colocada pelo Governo. Quanto a críticas feitas ao envolvimento do sector social no financeiro, Vieira da Silva falou em “profundo desconhecimento da realidade”, porque em “toda a Europa existem instituições financeiras do sector social”.

A CEMG, detida na totalidade pela Associação Mutualista Montepio Geral, está num período de mudança dos estatutos e mesmo da sua equipa de gestão, tendo a Associação Mutualista anunciado a entrada de Nuno Mota Pinto para presidente do banco, lugar ainda ocupado por Félix Morgado.