Engenheiro despedido acusa Google de discriminar homens brancos conservadores
James Damore apresentou uma acção judicial contra a empresa.
O antigo engenheiro do Google James Damore, despedido em Agosto de 2017, apresentou uma queixa no tribunal estadual da Califórnia contra a empresa, afirmando que a Google discrimina os homens brancos conservadores, entrando assim em violação das leis estaduais de emprego, noticia a Quartz.
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O antigo engenheiro do Google James Damore, despedido em Agosto de 2017, apresentou uma queixa no tribunal estadual da Califórnia contra a empresa, afirmando que a Google discrimina os homens brancos conservadores, entrando assim em violação das leis estaduais de emprego, noticia a Quartz.
Damore tinha escrito numa nota interna afirmando que a desigualdade de oportunidades na empresa se devia a diferenças “biológicas” entre homens e mulheres, o que levou ao seu despedimento. James Damore apresentou uma queixa em nome de “todos os funcionários da Google discriminados devido às suas crenças políticas conservadoras” nos últimos quatro anos, e “devido a serem do género masculino” e/ou “de raça caucasiana” no último ano.
A queixa é partilhada com David Gudeman, um engenheiro de software que trabalhou na Google durante três anos. Ambos argumentam os funcionários da Google que expressam pontos de vista diferentes da maioria sobre questões políticas levantadas no local de trabalho e relevantes para as políticas de emprego da empresa são identificados, maltratados e punidos, levando ao despedimento, em violação dos seus direitos legais.
Em Agosto, um grupo de funcionárias do Google apresentou uma queixa sobre discriminação de género. Em Abril de 2017 uma investigação do Departamento do Trabalho provou que existe uma diferença salarial muito expressiva com base no género e que as mulheres são prejudicadas.
No processo sugere-se também que vários cargos de chefia da Google mantêm “listas negras” identificando os funcionários conservadores com quem se recusam a trabalhar, bem como uma lista de conservadores que estão banidos das visitas ao campus, e ainda que os despedimentos de Damore e Gudeman foram discriminatórios, indica o jornal britânico Guardian.
“Estamos ansiosos por nos defendermos contra a acção judicial de Mr. Damore em tribunal”, referiu um porta-voz da Google em comunicado.
Em 2014, Rachel Whetstone, antiga vice-presidente sénior da Comunicação e Estratégia de Políticas Públicas do Google, já tinha expressado uma posição crítica no mesmo sentido da de Damore, escrevendo: “Parece que acreditamos na liberdade de expressão excepto quando as pessoas discordam dos pontos de vista da maioria. Perdi a conta à quantidade de vezes que na Google, por exemplo, as pessoas me dizem em privado que não podem admitir as suas opções de voto, caso sejam republicanas, pois têm medo da forma como os colegas vão reagir.”