Susana Nobre, Filipa Reis e João Miller Guerra a concurso em Roterdão

Primeiras longas de ficção das cineastas tem estreia mundial a concurso na edição 2017 do festival holandês.

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Tempo Comum é a primeira longa-metragem de ficção de Susana Nobre DR

Depois de uma primeira experiência na ficção com a curta-metragem Provas, Exorcismos, apresentada na Quinzena dos Realizadores de Cannes, a documentarista Susana Nobre (Vida Activa) abalança-se à primeira longa ficcional com Tempo Comum, que terá estreia mundial no Festival de Roterdão, a decorrer de 24 de Janeiro a 4 de Fevereiro.

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Depois de uma primeira experiência na ficção com a curta-metragem Provas, Exorcismos, apresentada na Quinzena dos Realizadores de Cannes, a documentarista Susana Nobre (Vida Activa) abalança-se à primeira longa ficcional com Tempo Comum, que terá estreia mundial no Festival de Roterdão, a decorrer de 24 de Janeiro a 4 de Fevereiro.

O mesmo festival apresenta em estreia mundial na competição oficial Hovis Tiger Djon África, a estreia na longa-metragem de ficção da dupla formada por Filipa Reis e João Miller Guerra, cujo documentário Li Ké Terra venceu em 2010 o concurso nacional do DocLisboa. Em comum, ambos os filmes trazem a chancela da produtora Terratreme, o colectivo de produção que esteve no ano passado por trás de filmes como A Fábrica de Nada de Pedro Pinho, ou António e Catarina de Cristina Hanes (vencedor da competição de curtas de Locarno).

Centrada em Marta, uma jovem que acabou de ser mãe e assiste à mudança que a chegada da filha gera entre amigos e familiares, esta primeira longa-metragem de ficção de Susana Nobre, produzida pelo colectivo Terratreme, é uma das candidatas ao prémio Bright Future destinado a primeiras obras, e é igualmente a primeira estreia portuguesa no mapa de festivais de 2018.

Já Filipa Reis e João Miller Guerra têm “entrada directa” no concurso principal do festival com Djon África, co-produção luso-brasileira-moçambicana que acompanha o reencontro ficcionado de um jovem nascido em Portugal de ascendência cabo-verdiana com o pai que nunca conheceu. Miguel Moreira, o actor não-profissional no papel principal, participou anteriormente noutros filmes da dupla, que tem trabalhado muito os temas da juventude periférica e da emigração; duas das curtas anteriores de Reis e Guerra, Cama de Gato (2012) e Fora da Vida (2015), foram nesses anos vencedores dos concursos de curtas do IndieLisboa.

Roterdão, que completa esta ano a sua 47.ª edição e teve 315 mil espectadores em 2017, receberá ainda duas outras curtas portuguesas de peso: Sunstone, de Filipa César e Louis Henderson, parte do projecto multimedia Op Film: An Archaeology of Optics, e Miragem Meus Putos de Diogo Baldaia, vencedora do concurso nacional de curtas do IndieLisboa em 2017, em competição na secção Tiger Awards. Entre a restante programação encontram-se igualmente Fátima, de João Canijo (em estreia internacional), a curta de Leonor Noivo Tudo o que Imagino e o multi-premiado A Fábrica de Nada, de Pedro Pinho, a par de três co-produções portuguesas – Milla, de Valérie Massadian (Terratreme), O Capitão, de Robert Schwentke (Leopardo) e Zama, de Lucrecia Martel (O Som e a Fúria).