Passos Coelho diz que não houve secretismo na lei de financiamento dos partidos
O ainda presidente dos sociais-democratas deixa para o sucessor a clarificação da posição do PSD e afirma compreender a necessidade de mais discussão.
Pedro Passos Coelho deixa para a nova liderança, a que sair das eleições de 13 de Janeiro, a tarefa de clarificar a posição do PSD relativamente à lei de financiamento dos partidos. O ainda presidente dos sociais-democratas afirma que não houve intenção de ocultar nada sobre esta matéria e que o Parlamento não tem de se sentir ofendido por as pessoas quererem uma discussão mais aprofundada.
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Pedro Passos Coelho deixa para a nova liderança, a que sair das eleições de 13 de Janeiro, a tarefa de clarificar a posição do PSD relativamente à lei de financiamento dos partidos. O ainda presidente dos sociais-democratas afirma que não houve intenção de ocultar nada sobre esta matéria e que o Parlamento não tem de se sentir ofendido por as pessoas quererem uma discussão mais aprofundada.
“O PSD vai escolher novo líder, o que significa que pode beneficiar também da avaliação que os novos orgãos sociais possam vir a fazer desta matéria. Nada como esperar que a nova liderança possa também, de mãos livres, dar orientações ao grupo parlamentar”, disse Pedro Passos Coelho na inauguração da nova sede do partido em Viseu, naquele que terá sido um dos seus últimos actos enquanto líder dos sociais-democratas. A posição dos dois candidatos a presidente do PSD já é conhecida. Rui Rio criticou a “lei escondida” e anunciou ser contra a norma relativa ao IVA; Santana Lopes disse ter ficado “inquieto” com o que leu e defendeu o financiamento privado. O ex-primeiro-ministro disse até perceber uma “reacção mais negativa” à lei, mas assegura que nunca foi intenção do grupo de trabalho, que envolveu todos os partidos com assento parlamentar, introduzir as alterações em segredo.
“O método de trabalho escolhido não é invulgar e não visou nenhum secretismo. As pessoas não prestaram muita atenção àquilo que eram as alterações introduzidas e o facto de os partidos terem procurado, através de um grupo de trabalho informal, aproximar posições talvez tenha contribuído para que não tivesse havido uma percepção tão clara do que estava em jogo”, explicou.
Para Pedro Passos Coelho, com o veto do Presidente da República e a devolução da lei à Assembleia da República, agora há tempo para fazer essa discussão. “Se ela esteve praticamente um ano no Parlamento, não é agora por mais dois ou três meses que vem mal ao mundo”, sustentou. Escusando-se a comentar o momento que se vive no partido com a escolha de quem o vai suceder, Passos Coelho espera que o PSD se mobilize a 13 de Janeiro e depois no congresso de Fevereiro apareça como um partido renovado, com uma orientação política clara.