Samuel Fuller em retrospectiva na Cinemateca Francesa
A integral das obras do argumentista e realizador norte-americano nascido em 1912 começou a 3 de Janeiro e vai prolongar-se até 15 de Fevereiro.
Foi em 1936 que Samuel Fuller (1912-1997) se estreou no cinema, com o guião de Hats Off, de Boris Petroff. Passados 13 anos e dez guiões para filmes de Otto Preminger, Douglas Sirk ou Fritz Lang, realizou o seu primeiro filme, o western Matei Jesse James. De 1949 a 1988, fez mais 23. É esse legado, que inclui filmes de género – westerns, thrillers, noirs ou filmes de guerra – e uma carreira feita à margem daquilo que o studio system de Hollywood impunha, que a Cinemateca Francesa está a homenagear desde 3 de Janeiro.
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Foi em 1936 que Samuel Fuller (1912-1997) se estreou no cinema, com o guião de Hats Off, de Boris Petroff. Passados 13 anos e dez guiões para filmes de Otto Preminger, Douglas Sirk ou Fritz Lang, realizou o seu primeiro filme, o western Matei Jesse James. De 1949 a 1988, fez mais 23. É esse legado, que inclui filmes de género – westerns, thrillers, noirs ou filmes de guerra – e uma carreira feita à margem daquilo que o studio system de Hollywood impunha, que a Cinemateca Francesa está a homenagear desde 3 de Janeiro.
Até 15 de Fevereiro, o grande museu francês do cinema exibe todos os filmes que Fuller realizou, sete que escreveu para outros realizadores, antes ou depois de ter pegado na câmara, dois em que foi actor – como Pedro, o Louco, de Godard, saído em 1965 – e cinco documentários sobre o realizador feitos por nomes como Mika Kaurismäki, incluindo um, A Fuller Life, assinado pela sua própria filha, Samantha Fuller, que foi lançado em DVD e Blu-Ray aquando do início da retrospectiva.
Também associado à retrospectiva da Cinemateca, será lançado, a 16 de Janeiro, Samuel Fuller: Le Choc et la Caresse, um volume com textos sobre a obra de Fuller dirigido pelo programador Jacques Déniel e pelo crítico Jean-François Rauger.
Entre as obras realizadas por Fuller incluem-se filmes como Shock Corridor (O Corredor do Silêncio), de 1963, em que Peter Breck é um jornalista que se infiltra como paciente num hospital psiquiátrico para tentar descobrir a verdade sobre um homicídio que ali se passou. Também está contemplado o film noir de 1964, feito após o apogeu desse tipo de filmes, The Naked Kiss, em que Constance Towers, colaboradora regular de Fuller, faz de uma prostituta que tenta recomeçar a vida numa pequena cidade suburbana, ou O Sargento da Força Um, filme de 1980 com Lee Marvin, sobre a 1.ª Divisão de Infantaria dos Estados Unidos na Segunda Grande Guerra, inspirado na experiência do próprio Fuller, que foi soldado nessa mesma unidade (Falkenau, Vision de L’impossible, documentário de Emil Weiss que passa na integral, é justamente sobre isso).