Centeno pediu convites ao Benfica para assistir ao clássico contra o FC Porto

Ministro das Finanças pediu dois convites para assistir ao jogo no camarote presidencial já depois de publicado o código de conduta do Governo. Ministério confirma pedido, mas garante que o mesmo se deveu a questões de "segurança".

Foto
Nuno Ferreira Santos

O ministro das Finanças, Mário Centeno, pediu dois convites ao Benfica, para si e para o filho, destinados ao camarote presidencial do Estádio da Luz para assistir ao jogo contra o FC Porto que se realizou a 1 de Abril de 2017, noticia nesta sexta-feira o Observador. Este pedido foi efectuado já depois da publicação do código de conduta do Governo, criado depois do chamado “Galpgate”.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O ministro das Finanças, Mário Centeno, pediu dois convites ao Benfica, para si e para o filho, destinados ao camarote presidencial do Estádio da Luz para assistir ao jogo contra o FC Porto que se realizou a 1 de Abril de 2017, noticia nesta sexta-feira o Observador. Este pedido foi efectuado já depois da publicação do código de conduta do Governo, criado depois do chamado “Galpgate”.

Ao mesmo jornal, o Ministério das Finanças confirma o pedido, mas ressalva que o mesmo foi efectuado tendo em conta a “notoriedade pública do ministro”, o que “coloca exigências à sua participação em eventos públicos como jogos de futebol no que concerne a garantir a sua segurança pessoal”.

O pedido foi feito por André Costa Monteiro, assessor diplomático de Centeno, a responsáveis do Benfica no mês de Março, já depois de ter sido publicado o código de conduta do Governo na sequência do caso “Galpgate”, que envolveu Fernando Rocha Andrade, ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, João Vasconcelos, antigo secretário de Estado da Indústria, e Jorge Costa Oliveira, da Internacionalização, que foram constituídos arguidos devido a alegadas vantagens indevidas recebidas pela Galp, nomeadamente viagens, refeições e bilhetes para jogos do Euro 2016, o que levou à sua demissão do Governo.

O pedido de Centeno, assumidamente benfiquista, e que envolvia um segundo lugar para o filho, pode violar este código estabelecido pelo executivo de António Costa. No entanto, o Ministério das Finanças garante, em declarações ao Observador, que esta situação não entra em confronto com o código, pois “os acessos em causa, que eram para assistir ao jogo na tribuna presidencial, não são comercializáveis, pelo que não têm um preço de venda definido”.

Para além do ministro, também Álvaro Novo, secretário de Estado do Tesouro, pediu ao clube da Luz três bilhetes para assistir ao mesmo jogo, mas, neste caso, seriam para qualquer bancada. O ministério confirma também este pedido, mas garante que os bilhetes foram todos pagos pelos próprios.