Pressão de Trump sobre Sessions reforça suspeita de obstrução à justiça

Presidente dos EUA recorreu a advogado da Casa Branca para pressionar o procurador-geral a manter-se na liderança da investigação à interferência russa. Este, no entanto, acabou por se afastar do processo.

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Donald Trump e Jeff Sessions Reuters/JONATHAN ERNST

O Presidente norte-americano Donald Trump terá recorrido ao advogado da Casa Branca, Don McGahn, para demover o procurador-geral Jeff Sessions da decisão de se escusar do processo de investigação do FBI às suspeitas de conluio entre o governo russo e a campanha republicana durante as presidenciais de 2016.

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O Presidente norte-americano Donald Trump terá recorrido ao advogado da Casa Branca, Don McGahn, para demover o procurador-geral Jeff Sessions da decisão de se escusar do processo de investigação do FBI às suspeitas de conluio entre o governo russo e a campanha republicana durante as presidenciais de 2016.

Segundo noticiou o New York Times na noite de quinta-feira, a manobra de pressão chegou entretanto ao conhecimento do procurador especial Robert Mueller, e o episódio é mais um a reforçar as suspeitas de que Trump procurou travar a investigar do FBI. Em causa está uma possível acusação de obstrução à justiça, o que poderia, em teoria, justificar um processo de destituição.

O diário nova-iorquino conta que, em Março de 2017, Trump deu “instruções firmes” a McGahn para fazer com que Sessions não se afastasse do processo, de modo a que o dossiê continuasse a ser gerido por um aliado político. Sessions, como é público, acabou por se escusar de acompanhar o dossiê, o que levou Trump a criticá-lo diversas vezes.

O incómodo de Trump com esta investigação já tinha levado ao afastamento do director do FBI, James Comey. Ouvido no Senado em 2017, Comey acusou o Presidente de o ter pressionado e posteriormente demitido perante a recusa do então responsável do FBI em encerrar a investigação a Michael Flynn, ex-conselheiro de segurança nacional de Trump, que entretanto se declarou culpado de ter mentido à polícia federal sobre os seus contactos com a diplomacia russa.