Browser Opera protege contra usurpação do processador para gerar criptomoedas
Há sites que estão a usar os computadores dos visitantes sem que estes saibam. A valorização das moedas tem tornado estes ataques mais comuns.
Um pequeno browser decidiu proteger os utilizadores de terem os seus computadores a ser usados por outros para gerar criptomoedas, um ataque que pode afectar qualquer visitante de um site malicioso. O Opera – um browser norueguês com mais de 20 anos, mas com uma quota de mercado reduzida – passou a ter uma funcionalidade para impedir que o processador do computador dos visitantes seja usado para o tipo de tarefa computacional que permite gerar moedas digitais como a bitcoin.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Um pequeno browser decidiu proteger os utilizadores de terem os seus computadores a ser usados por outros para gerar criptomoedas, um ataque que pode afectar qualquer visitante de um site malicioso. O Opera – um browser norueguês com mais de 20 anos, mas com uma quota de mercado reduzida – passou a ter uma funcionalidade para impedir que o processador do computador dos visitantes seja usado para o tipo de tarefa computacional que permite gerar moedas digitais como a bitcoin.
Com a grande valorização do valor de algumas criptomoedas, este tipo de usurpação da capacidade de processamento tornou-se mais frequente. O ataque acontece quando um utilizador abre um site criado ou adaptado para o efeito (também é possível instalar software nos computadores dos utilizadores para usar os respectivos processadores, mesmo quando estes não estão a visitar um site). Os utilizadores podem notar as consequências: a utilização do processador aumenta, eventualmente o aparelho aquece, as ventoinhas de refrigeração podem começar a trabalhar mais depressa, e a bateria gasta-se mais rapidamente. Mas muitos não saberão o que está a acontecer: apesar de toda a atenção gerada ao longo do último ano, a vertente técnica da bitcoin e demais criptomoedas permanece um assunto de nicho.
Para este tipo de técnica ser rentável é preciso o contributo de milhares de visitantes de um site. Ainda assim, não é muito eficaz para gerar bitcoins. Nestes casos, uma das criptomoedas preferidas pelos atacantes é a monero, que tem vindo a crescer em popularidade e que se foca em manter o anonimato dos utilizadores. No ano passado, o site The Pirate Bay, que permite descarregar e partilhar conteúdos sem autorização dos detentores de direitos, começou a usar esta técnica para gerar monero, levando ao descontentamento de muitos utilizadores.
Na nova versão do Opera, a funcionalidade para prevenir aqueles ataques é activada automaticamente quando o utilizador decide usar o bloqueador de anúncios (que faz parte integrante do browser, tal como acontecerá com o muito mais popular Chrome a partir de meados de Fevereiro). Embora também seja possível ligá-la e desligá-la autonomamente, a associação ao bloqueador de anúncios fará com que um grande número de utilizadores que não está sequer ciente destes ataques possa estar protegido. Tanto o Chrome como o Firefox têm várias extensões semelhantes a esta funcionalidade.
“Somos fãs da criptodivisas, mas simplesmente não queremos que sejam geradas com o seu computador sem o seu consentimento”, escreveu o vice-presidente do Opera, Krystian Kolondra.