Médico condenado a seis anos de prisão por cinco crimes de violação nos Açores
O médico, de 36 anos, foi julgado à porta fechada e os crimes ocorreram em 2016 no serviço de urgências da maior unidade de saúde dos Açores, na ilha de São Miguel.
Um médico do Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, nos Açores, foi nesta quinta-feira condenado a seis anos de prisão por cinco crimes de violação, tendo sido absolvido de uma acusação de importunação sexual.
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Um médico do Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, nos Açores, foi nesta quinta-feira condenado a seis anos de prisão por cinco crimes de violação, tendo sido absolvido de uma acusação de importunação sexual.
O médico, de 36 anos, casado e de nacionalidade cubana, foi julgado à porta fechada e os crimes ocorreram em 2016 no serviço de urgências da maior unidade de saúde dos Açores, na ilha de São Miguel.
Além da condenação a seis anos de prisão por cinco crimes de violação, foi também condenado a pagar 10 mil euros a uma das vítimas que requereu um pedido de indemnização civil.
O médico estava proibido de se ausentar da ilha de São Miguel e suspenso do exercício da profissão.
Na leitura do acórdão, a juíza referiu, no entanto, que o tribunal não decidiu aplicar a proibição do exercício da profissão de médico, alegando que terá que ser a Ordem dos Médicos a fazê-lo "caso assim o entenda".
Para o tribunal, o clínico praticou cinco crimes de violação e com a agravante de a sua conduta ter sido no exercício da profissão de médico, pelo que o fez com "dolo directo".
Declarações de seis mulheres
A juíza acrescentou que o homem se aproveitou da ida das mulheres ao serviço de urgência e da confiança que as pacientes nele depositaram, por ser médico, "praticando actos que nada têm a ver com actos médicos, mas sim do foro sexual".
O tribunal teve ainda em conta as declarações das seis mulheres que, segundo sublinhou a juíza, queixaram-se "de forma assertiva".
"Esperemos que se vier a voltar a praticar a profissão o faça em consciência", frisou a juíza, dirigindo-se ao médico.
A advogada de defesa do médico, Beatriz Rodrigues, disse que vai recorrer da decisão, sustentando que "o processo ainda vai no início".
"Temos bastantes recursos pela frente e estamos absolutamente convencidos que o nosso cliente é inocente", sustentou, justificando que "foi criada uma convicção obtida através das declarações das ofendidas em que foi feita fé nestas declarações, ao contrário do que aconteceu com as declarações do arguido".
A advogada garantiu ainda, em declarações aos jornalistas, que não existe nenhum processo a decorrer na Ordem dos Médicos contra o arguido, sublinhando que o seu cliente estava suspenso da actividade enquanto decorreu o processo.
Questionada sobre se o médico poderá voltar a exercer a profissão, Beatriz Rodrigues respondeu afirmativamente.
"Ele vai voltar a exercer a profissão, agora se vai exercer a partir de amanhã não me parece até porque não me parece que ele queira voltar a exercer a profissão em São Miguel", sustentou.