“Incêndios” foi a Palavra do Ano escolhida por 11 mil portugueses
Por razões óbvias e tristes, a palavra eleita para definir 2017 está relacionada com os fogos florestais que destruíram 500 mil hectares do país.
Na nona edição da Palavra do Ano promovida pela Porto Editora, “incêndios” recebeu 37% dos votos dos 30 mil portugueses que participaram na escolha. O anúncio foi feito nesta quinta-feira na Biblioteca Municipal Ary dos Santos, em Sacavém (concelho de Loures). Em segundo e terceiro lugares ficaram “afecto” (20%) e “floresta” (14%), respectivamente.
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Na nona edição da Palavra do Ano promovida pela Porto Editora, “incêndios” recebeu 37% dos votos dos 30 mil portugueses que participaram na escolha. O anúncio foi feito nesta quinta-feira na Biblioteca Municipal Ary dos Santos, em Sacavém (concelho de Loures). Em segundo e terceiro lugares ficaram “afecto” (20%) e “floresta” (14%), respectivamente.
Em meados de Dezembro, já a preferência pelo vocábulo “incêndios” era nítida, justificada, segundo a Porto Editora, pelos “sucessivos incêndios que se fizeram sentir em todo o país”, num ano que foi "um dos anos mais trágicos de sempre, pela enorme quantidade de vítimas e pela dimensão da área atingida”.
Uma das definições para incêndio (retirada da Infopédia) é precisamente “fogo destruidor, que lavra com intensidade, geralmente assumindo grandes proporções”.
Não é a primeira vez que a escolha da Palavra do Ano se relaciona com os fogos na floresta. Em 2013, a eleita foi “bombeiro”, em homenagem aos nove operacionais que morreram em Agosto desse ano.
Na votação para 2017, entraram ainda as palavras “vencedor” (8%), “crescimento” (5%), “cativação” (5%), “desertificação” (4%), gentrificação” (3%), “peregrino” (3%) e “independentista (1%).
A lista das dez palavras que a editora põe a votação em Dezembro é escolhida “através da observação e do acompanhamento da língua portuguesa ao longo do ano”, explica Paulo Gonçalves, responsável pelo gabinete de comunicação e imagem da Porto Editora.
A editora analisa “a frequência e distribuição do uso de certas palavras nos meios de comunicação e nas redes sociais”, mas também “no registo de consultas online e mobile” dos dicionários que edita. As sugestões no site www.palavradoano.pt. entram igualmente nesta selecção.
Para Paulo Gonçalves, “a escolha dos portugueses foi, mais uma vez, a acertada”. Em 2018, acrescenta, terá lugar a décima edição da Palavra do Ano, “um momento especial para uma iniciativa que já está perfeitamente consolidada no calendário dos portugueses, que é referenciada internacionalmente, inspirando mesmo iniciativas semelhantes”.
As palavras vencedoras dos anos anteriores foram “esmiuçar” (2009), “vuvuzela” (2010), “austeridade” (2011), “entroikado” (2012), “bombeiro” (2013), “corrupção” (2014), “refugiado” (2015) e “geringonça” (2016).
O Grupo Porto Editora é responsável também pela iniciativa em Moçambique (já decorreu e venceu a palavra “tseke”, nome de planta) e em Angola, cuja palavra vencedora será anunciada a 30 de Janeiro, no Centro Cultural Português, em Luanda.
Em votação em Angola estão as palavras “barragem", “candongueiro", “divisas”, “eleições”, “exoneração”, “caluanda”, “maka”, “micha”, “mudança” e “professor”. Em 2016, venceu a “crise”.