FC Porto saiu líder isolado de um castelo de nervos
“Dragões” quase paralisavam em dia de clássico. Com as emoções dominadas, lá surgiu o antídoto, de bola parada.
Quando Aboubakar transformou em golo — o 50.º do camaronês ao serviço do FC Porto — um dos primeiros lances dos “dragões” na deslocação a Santa Maria da Feira, ninguém perspectivaria uma noite tão atribulada (1-2), com os nervos à flor da pele, potenciados pelo clássico que se desenrolava na Luz.
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Quando Aboubakar transformou em golo — o 50.º do camaronês ao serviço do FC Porto — um dos primeiros lances dos “dragões” na deslocação a Santa Maria da Feira, ninguém perspectivaria uma noite tão atribulada (1-2), com os nervos à flor da pele, potenciados pelo clássico que se desenrolava na Luz.
Sérgio Conceição devolvia a titularidade a Felipe e mantinha André André como opção num meio-campo órfão de Herrera, suspenso. O início sublinhava a força e o desacerto de Marega... nada que Aboubakar não resolvesse. Sem problemas, o FC Porto conquistava a vantagem de que precisava (22’) para poder lucrar com o duelo entre Benfica e Sporting. Só que num dos raros momentos de envolvimento ofensivo do Feirense, a equipa de Nuno Manta chegou ao golo em lance de bola parada (26’), num cabeceamento de Luís Rocha.
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O “dragão” provava do próprio veneno e sofria um choque anafilático, paralisando progressivamente os processos criativos. Brahimi poderia ter injectado o antídoto no lance seguinte, mas Caio Secco fechou a baliza, transmitindo uma confiança inabalável às linhas mais recuadas. A organização defensiva do Feirense e as sucessivas interrupções quebraram o ritmo do FC Porto, que começava a sentir a pressão dos ponteiros do relógio.
Na tentativa de desbloquear o jogo que mais temia para a segunda parte, Sérgio Conceição preparava a entrada de Óliver, permitindo que Brahimi dilacerasse a defesa feirense, deixando as alas para Alex Telles explorar. Em tese, o plano parecia infalível. Mas com o acumular e avolumar de nervos perante um domínio absoluto mas sem resultados práticos ou oportunidades flagrantes, que desgastassem psicologicamente o opositor, o FC Porto ia dando sinais de frustração. Alex Telles de livre e Ricardo numa arrancada individual tentavam agitar o jogo, mas caberia a Felipe a administração do antídoto em mais um lance de laboratório. Um canto, entre tantos, e o voo triunfal do central, que abria à força a brecha na muralha feirense (76’).
A partir daí tudo parecia resolvido, até porque o Feirense não tinha rotinas nem vocação de ataque... pelo menos contra onze. Só que Felipe recebeu ordem de expulsão — a terceira consecutiva de futebolistas portistas nos últimos três jogos — num lance em que o árbitro não mostrou a mesma complacência que tivera para com Tiago Silva e Kakuba.
Os nervos voltavam a correr à solta, potenciando um final escaldante, com descontrolo emocional e disciplinar — Marcano viu o último amarelo do jogo. O Feirense acabou a noite a cobrar um livre para lá do tempo de compensação concedido pelo árbitro, forçado a interromper o encontro na sequência do arremesso de cadeiras, mas não evitou que o FC Porto descolasse dos dois rivais na luta pelo título.