Prémio Vasco Graça Moura-Cidadania Cultural atribuído a Vítor Aguiar e Silva

Professor e investigador é o terceiro a ser distinguido com este prémio, depois de Eduardo Lourenço e José Carlos de Vasconcelos.

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Vítor Aguiar e Silva Sérgio Azenha

O Prémio Vasco Graça Moura-Cidadania Cultural foi atribuído ao escritor, professor e investigador Vítor Aguiar e Silva, autor de Camões: Labirintos e Fascínios e Teoria da Literatura, anunciou esta quarta-feira a Estoril-Sol, que patrocina o galardão.

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O Prémio Vasco Graça Moura-Cidadania Cultural foi atribuído ao escritor, professor e investigador Vítor Aguiar e Silva, autor de Camões: Labirintos e Fascínios e Teoria da Literatura, anunciou esta quarta-feira a Estoril-Sol, que patrocina o galardão.

O júri, que foi presidido por Guilherme d'Oliveira Martins, escolheu por maioria Aguiar e Silva, antigo vice-reitor da Universidade do Minho, referindo que é "um exemplo de cidadania cultural, que liga a dimensão didáctico-científica à pedagógica", segundo a mesma fonte.

Em acta, o júri destacou o "percurso incomum" de Aguiar e Silva, "nos domínios da Teoria Literária, instrumento fundamental na formação de gerações, da Literatura Portuguesa e na fixação e estudo de parte relevante da obra camoniana, num brilhante exercício de intervenção pública, quer pelo seu magistério universitário, quer pelas altas missões no campo da política da Língua e da Educação".

O Prémio Vasco Graça Moura-Cidadania Cultural, no valor de 40 mil euros, foi instituído pela Estoril-Sol em parceria com a Editora Babel, tendo sido atribuído pela primeira vez em 2016 ao ensaísta Eduardo Lourenço. No ano passado, o distinguido foi o jornalista e escritor José Carlos Vasconcelos.

Vítor Manuel Aguiar e Silva, de 78 anos, tem-se dedicado à investigação da Literatura Portuguesa dos períodos maneirista (século XVI), barroco (século XVIII) e modernista (primeira metade do século XX), e ao estudo da Teoria da Literatura, "área em que o seu trabalho como professor e investigador tem sido nacional e internacionalmente reconhecido", realça a Estoril-Sol

O investigador publicou, entre outros livros, Camões: Labirintos e Fascínios (1994), que lhe valeu o Prémio de Ensaio da Associação Portuguesa de Críticos Literários e o da Associação Portuguesa de Escritores.

Entre as suas obras contam-se A Lira Dourada e a Tuba Canora, editada em 2008, Jorge de Sena e Camões. Trinta Anos de Amor e Melancolia, em 2009, e Teoria da Literatura, obra de referência do autor, publicada originalmente em 1967, primeiro em fascículos, e desde então reeditada regularmente num só corpo, tendo sido profundamente revista e actualizada a partir de 1981.

Além de ter estado na génese do Instituto Camões, Vítor Aguiar e Silva também coordenou a Comissão Nacional de Língua Portuguesa (Cnalp), tendo sido ainda membro do Conselho Nacional de Cultura.

O laureado foi um dos signatários da petição Em Defesa da Língua Portuguesa contra o Novo Acordo Ortográfico, ao lado de Vasco Graça Moura (1942-2014).

Aguiar e Silva, natural da freguesia de Real, no concelho de Penalva do Castelo, distrito de Viseu, recebeu várias distinções, entre as quais o Prémio Vergílio Ferreira, atribuído em 2002 pela Universidade de Évora, o Prémio Vida Literária, da Associação Portuguesa de Escritores (APE), em 2007, e o Prémio Ensaio Eduardo Prado Coelho, também atribuído pela APE, em 2010. A obra A Lira Dourada e a Tuba Canora: Novos Ensaios Camonianos valeu-lhe, em 2009, o Prémio D. Diniz da Casa de Mateus, atribuído por um júri do qual fazia parte Vasco Graça Moura.

Vítor Manuel Aguiar e Silva licenciou-se em Filologia Românica na Universidade de Coimbra, onde se doutorou em Literatura Portuguesa e foi professor catedrático. Transferiu-se, em 1989, para a Universidade do Minho, onde foi catedrático do Instituto de Letras e Ciências Humanas e onde fundou e dirigiu o Centro de Estudos Humanísticos, assim como a revista Diacrítica.

Além de Oliveira Martins, o júri do Prémio Vasco Graça Moura-Cidadania Cultural foi também constituído pelos autores, professores e investigadores Maria Alzira Seixo, José Manuel Mendes, Manuel Frias Martins, Maria Carlos Gil Loureiro, Liberto Cruz, e ainda por José Carlos Seabra Pereira, em representação da Babel, e Lima de Carvalho e Dinis de Abreu, pela Estoril-Sol.

Este prémio "visa distinguir um escritor, ensaísta, poeta, jornalista, tradutor ou produtor cultural que, ao longo da carreira – ou através de uma intervenção inovadora e de excepcional importância –, haja contribuído para dignificar e projectar no espaço público o sector a que pertença", segundo o regulamento.

A cerimónia de entrega do prémio "será anunciada oportunamente", adiantou a Estoril-Sol.