Supremo Tribunal fecha última porta a opositor de Vladimir Putin
Alexei Navalni vê confirmada a proibição de concorrer às eleições presidenciais de 2018. Líder da oposição garante que vai fazer campanha.
Alexei Navalni, um dos rostos mais conhecidos da oposição política na Rússia, perdeu este sábado a última hipótese que tinha de vir a enfrentar Vladimir Putin nas eleições presidenciais de 2018, depois de uma decisão do Supremo Tribunal.
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Alexei Navalni, um dos rostos mais conhecidos da oposição política na Rússia, perdeu este sábado a última hipótese que tinha de vir a enfrentar Vladimir Putin nas eleições presidenciais de 2018, depois de uma decisão do Supremo Tribunal.
Numa decisão anunciada este sábado, a mais alta instância jurídica da Rússia não aceitou um recurso apresentado por Navalni contra uma decisão da comissão de eleições – esta semana, a comissão anunciou que o advogado e activista russo está proibido de concorrer às presidenciais de 18 de Março porque foi condenado, em Fevereiro de 2017, a cinco anos de prisão.
A aplicação dessa pena foi suspensa, mas o Supremo considera que a simples condenação exclui Navalni de poder concorrer às eleições. De acordo com a lei russa, estão proibidos de participar em eleições os cidadãos que os tribunais considerarem ser "legalmente incapazes" e os que estiverem a cumprir penas de prisão efectivas – e, por isso, impossibilitados de exercerem os cargos.
Navalni diz que a sua condenação teve motivações políticas. O opositor russo foi condenado em Julho de 2013 por um tribunal de Kirov a cinco anos de prisão por apropriação de fundos públicos, mas o cumprimento da pena foi suspenso em Outubro do mesmo ano.
Em 2016, o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem decidiu que a Rússia violou o direito de Navalni a um julgamento imparcial e justo e ordenou o Estado a pagar-lhe uma indemnização de 56 mil euros. No seguimento dessa decisão do tribunal europeu, o Supremo Tribunal russo anulou a condenação de Navalni e reenviou o processo para o tribunal de Kirov – em Fevereiro de 2017, o tribunal repetiu a condenação de 2013 e condenou o opositor russo a cinco anos de prisão com pena suspensa.
E foi com base nessa segunda condenação, de Fevereiro de 2017, que a comissão de eleições deliberou, na passada segunda-feira, que Navalni não poderá concorrer às presidenciais – apesar de não estar a cumprir uma pena de prisão efectiva e de os seus apoiantes considerarem que a Justiça está a distorcer o conceito de "incapacidade legal".
Seja como for, Alexei Navalni tem dito que vai fazer campanha para as presidenciais independentemente das decisões dos tribunais russos.
A popularidade de Vladimir Putin não desceu dos 80% desde a anexação da Crimeia pela Rússia, em Março de 2014, depois de um mínimo de 61% apenas quatro meses antes. Navalni seria o único candidato com capacidade para roubar algum protagonismo ao Presidente nas eleições, principalmente nas zonas urbanas, onde a oposição tem muito mais força do que nas zonas rurais.