Ano de 2017 é o segundo mais quente dos últimos 86 anos

Este ano só foi superado por 1997. IPMA classifica 2017 como "extremamente quente" e o valor de temperatura média do ar será de mais 1,1 graus superior ao valor normal.

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Pouca água e muitos incêndios marcaram 2017 Nelson Garrido

O ano de 2017 é o segundo mais quente dos últimos 86 anos e está entre os quatro mais secos desde 1931, revela o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

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O ano de 2017 é o segundo mais quente dos últimos 86 anos e está entre os quatro mais secos desde 1931, revela o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

O balanço climático preliminar do IPMA adianta que o ano de 2017 classifica-se como "extremamente quente" e o valor de temperatura média do ar será de mais 1,1 graus superior ao valor normal, correspondendo ao segundo ano mais quente desde 1931.

De acordo com o IPMA, o ano mais quente foi 1997, tendo os cinco anos mais quentes ocorrido nas últimas três décadas.

Também este ano, a temperatura máxima, cerca de mais 2,4 graus superior ao valor normal, será a mais alta desde 1931, ultrapassando em cerca de um grau o anterior máximo (1997).

O IPMA destaca os valores de temperatura máxima e média do ar persistentemente acima do normal ao longo do ano, em especial nos meses de Abril, Maio, Junho e Outubro.

O balanço climático preliminar indica também que o ano de 2017 foi "extremamente seco" e estará entre os quatro mais secos desde 1931, tendo todos ocorrido depois de 2000.

Segundo o IPMA, o valor médio de precipitação total anual será cerca de 60% do normal.

"O período de Abril a Dezembro, com anomalias mensais de precipitação persistentemente negativas, será o mais seco dos últimos 87 anos", lê-se no documento disponível na página da Internet daquele organismo.

O IPMA sublinha igualmente que Dezembro será o nono mês consecutivo com valores de precipitação mensal inferiores ao normal e, em 2017, apenas nos meses de Fevereiro e Março a precipitação foi superior ao normal.

O mesmo documento nota que, ao longo deste ano, a conjugação da persistência de valores de precipitação muito inferiores ao normal e de valores de temperatura muito acima do normal, em particular da temperatura máxima, teve como consequência "a ocorrência de valores altos de evapotranspiração e valores significativos de défice de humidade do solo".

A 27 de Dezembro, apesar dos valores de água no solo terem aumentado em relação ao final de Novembro, são ainda inferiores a 40% nas regiões do Interior Centro e do Sul do país, adianta o balanço, frisando, que no final de Dezembro mantém-se a situação de seca meteorológica ainda que, em relação à situação a 30 de Novembro, se tenha verificado uma diminuição da intensidade nas regiões do Norte e Centro.

O IPMA explica ainda que nas regiões do Interior Centro e Sul os valores de precipitação foram muito inferiores ao normal e insuficientes para se verificar um efectivo desagravamento da intensidade da seca.

De acordo com o índice meteorológico de seca - PDSI, em Dezembro verificou-se, relativamente a 30 de Novembro, um desagravamento da intensidade da seca meteorológica, com cerca de 60% do território (regiões a sul do sistema montanhoso Montejunto-Estrela) nas classes de seca severa e extrema, refere ainda o documento.