Protestos no Irão contra o custo de vida e contra Rohani

Numa cidade de maioria conservadora, ouviram-se gritos contra a política do Presidente e contra a guerra na Síria. A polícia reprimiu-os com violência.

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Foram partilhados vídeos da manifestação DR

Na segunda maior cidade iraniana, Mashad, alguns milhares de pessoas – talvez 10 mil – saíram esta quinta-feira à rua para protestar contra a subida dos preços e gritar “morte ao [Presidente Hassan] Rohani, morte ao ditador”, relata a Reuters. Há vários vídeos desta manifestação não autorizada a circular nas redes sociais e a agência noticiosa ISNA cita o governador desta cidade do Nordeste do Irão dizendo que foram presas várias pessoas que pretendiam “destruir edifícios públicos”.

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Na segunda maior cidade iraniana, Mashad, alguns milhares de pessoas – talvez 10 mil – saíram esta quinta-feira à rua para protestar contra a subida dos preços e gritar “morte ao [Presidente Hassan] Rohani, morte ao ditador”, relata a Reuters. Há vários vídeos desta manifestação não autorizada a circular nas redes sociais e a agência noticiosa ISNA cita o governador desta cidade do Nordeste do Irão dizendo que foram presas várias pessoas que pretendiam “destruir edifícios públicos”.

Ouviram-se palavras de ordem como “Deixem a Síria, pensem em nós”, criticando o envolvimento do Irão na guerra no país vizinho, em apoio do regime do presidente Bahsar al-Assad. Além do apoio militar, Teerão tem também ajudado economicamente Assad.

A economia iraniana melhorou desde a assinatura do acordo nuclear com os Estados Unidos e outras nações em 2015, que permitiu o levantamento de sanções e o restabelecimento de trocas comerciais internacionais. Mas os efeitos dessa abertura demoram a fazer-se sentir para os cidadãos comuns. E o preço de muitos bens de consumo básicos – por exemplo, ovos, diz a Associated Press – aumentou 30% a 40% nos últimos dias.

A taxa de desemprego é de 12,4%, de acordo com o Centro de Estatísticas do Irão, citado pela Reuters – um aumento de 1,4% em relação ao ano anterior. Cerca de 3,2 milhões de iranianos não têm trabalho, numa população total de 80 milhões.

Não é claro quem está a promover estas manifestações. Mas o Supremo Líder, Ali Khamenei, tem criticado repetidamente os resultados da agenda económica do Governo de Rohani, que fez da recuperação da economia uma bandeira. Ainda na quarta-feira Khamenei afirmou que a República Islâmica enfrenta dificuldades, ao viver “com preços altos, inflação e recessão”, e pediu aos governantes que se dedicassem com determinação a resolver estes problemas.

Mashad é uma cidade santa – ali fica o túmulo do imã Rheza, o local mais sagrado do Irão, ao qual acorrem todos os anos cerca de três milhões de peregrinos – e é também um bastião dos conservadores, que em 2016 conquistaram ali todos os lugares de deputado.

Estes protestos não se ficarão por Mashad. Alargam-se a outras cidades da província de Razavi Khorasan, incluindo Neyshabour e Kashmar, diz a Reuters. Vários vídeos colocados online mostram que foram usados canhões de água e gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes.